Capital

Posto de Saúde usa papelão para “engessar” trabalhador acidentado

Aline Queiroz | 18/03/2011 15:36

Paciente reclama da falta de estrutura da saúde pública

José saiu de posto de saúde com papelão para imobilizar o braço. (Foto: Arquivo Pessoal).
José saiu de posto de saúde com papelão para imobilizar o braço. (Foto: Arquivo Pessoal).

Ferido em acidente de trabalho, ocorrido esta manhã, José Rodrigues, 38 anos, se surpreendeu ao ter o braço imobilizado por papelão. No lugar de talas, feita de gesso, profissionais do Posto de Saúde da Vila Almeida de Campo Grande usaram papelão e faixas.

O método revoltou José Rodrigues e ele comenta que nem sabia que este seria só o primeiro problema que iria enfrentar. José sofreu acidente às 8h30, quando entrava na cabine de um caminhão, no macroanel rodoviário, na saída para São Paulo.

O trabalhador caiu no chão e fraturou o pulso. Os próprios colegas de trabalho encaminharam José ao posto de saúde.

A equipe apontou a necessidade de atendimento de um ortopedista e José recebeu encaminhamento ao CEM (Centro de Especialidades Médicas).

Para chegar ao local ele usou novamente o veículo do amigo. “Não tinha ambulância”, afirma.

Com o papelão no braço ele foi ao CEM, de onde teve de seguir para o Hospital Universitário, novamente no carro do amigo.

Passadas sete horas do acidente de trabalho, José Rodrigues aguarda ser submetido a exames.

“Estou aqui num banco esperando para ver se vão me internar”, reclama.

Ele conta que o hospital está lotado e não sabe nem sequer se será operado.

“A família da gente fica preocupada porque quanto mais tempo demora pior fica”, diz.

Comum - Profissional do Posto de Saúde da Vila Almeida, que terá o nome preservado, explica que o procedimento é comum.

Talas especificas para o tratamento são usadas em pacientes que ficarão no posto e, quando se trata de imobilização provisória, até atendimento de ortopedista, o papelão é utilizado sem o comprometimento do resultado.

“Acho que os nossos representantes tinham que ver melhor isso. Eu tenho 16 anos de profissão e nunca precisei de serviço de saúde. Agora que preciso passo por isso”, disse.

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