Capital

Por mês, 300 pessoas procuram ajuda jurídica para conseguir medicamentos na Capital

Vinícius Squinelo | 06/08/2011 09:05

Enquanto aguardam remédios, pacientes convivem com problemas de saúde e aumento dos sintomas de doenças

Somente em Campo Grande, cerca de 300 pessoas em média recorrem todos os meses à Defensoria Pública para conseguir acesso a direitos básicos como a saúde.

As ações judiciais tentam, em sua maioria, garantir remédios de alto custo, essenciais para a vida de pacientes, além de cirurgias, em especial as ortopédicas.

A Casa de Saúde de Campo Grande, principal responsável pela entrega de remédios para a população, registra diariamente falta dos medicamentos no estoque. Já faltaram remédios para pacientes psiquiátricos, contra a rejeição em pessoas que passaram por transplante de rim, entre outros. O problema agora é para quem necessita de remédios para a doença de Crohn e recolite ulcerativa idiopática, uma espécie de gastrite no intestino.

“Preciso usar todos os dias o remédio, se não uso tenho dores, sangramentos e até hemorragias”, relata José Gouveia Laranja, de 65 anos. O aposentado necessita tomar seis comprimidos do medicamento Pentasa Mesalazine 500mg por dia. O custo total do tratamento chega a R$ 600 por mês, o que representa 30% da renda familiar do paciente.

“Passei três anos pegando o remédio de graça quando morava no interior de São Paulo, nunca faltou. Uso ele faz três meses aqui em Campo Grande e já está em falta”, cometa Laranja. Segundo ele, desde o dia 27 de julho ele não encontra o Mesalazine. “Falam que está em falta, e não tem previsão de chegar”, explica o aposentado.

O problema não é um caso isolado. Por dia, ao menos dez pessoas em Campo Grande procuram a Defensoria Pública tentando ajuizar ações contra o Estado para garantir tratamentos de saúde. Como a defensoria só atende pessoas carentes, este número pode ser ainda maior.

“São três principais problemas, quem necessita de uma cirurgia e não consegue, quem precisa de um medicamento da lista do SUS que está em falta, e quem necessita de um remédio que não consta na lista”, explica a defensora pública Vera Regina Prado Martins, do Núcleo de Defesa da Cidadania e Fazenda Pública de Campo Grande.

“O problema de falta de medicamentos na Casa da Saúde não é novo. A questão é que pessoas morrem esperando atendimento ou remédios”, comentou a defensora.

A defensora Vera explica que quem precisar de um serviço na área de saúde e não estiver conseguindo deve, primeiro, ir ao médico, para pegar um laudo da doença e uma receita médica. Depois, caso não consiga o atendimento ou medicamento, pode procurar a Defensoria Pública, localizada na rua Barão do Rio Branco, nº 2.559, próximo ao Belmar Fidalgo, ou procurar auxílio pelos telefones 3317-4370 ou 129 (Central com Relacionamento com Cidadão).

A assessoria do Governo do Estado foi procurada e informou que os profissionais responsáveis por esclarecer a falta de medicamentos estão fora da Capital e só poderão ser encontrados na próxima segunda-feira.

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