Capital

Por falta de provas, Justiça mantém absolvição de acusado de abuso

Tio teria atentado contra o sobrinho de 5 anos, mas houve dúvidas de que o crime haveria ocorrido

Lucia Morel | 15/04/2021 10:49
Na infância, é preciso prestar atenção no comportamento da criança. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Na infância, é preciso prestar atenção no comportamento da criança. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Homem de 36 anos acusado em 2018 de abuso contra o sobrinho, na época com 5 anos de idade, teve sentença de absolvição mantida pela 7ª Vara Criminal de Competência Especial de Campo Grande.

Em abril de 2020, decisão foi de que o réu seria absolvido por falta de provas sobre o cometimento do crime, mas o Ministério Público de Mato Grosso do Sul recorreu da decisão. Reanalisado, foi mantida sentença que o livra do crime.

Conforme decisão do desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, restou “impossível extrair da prova se o genitor da vítima, que levou os fatos ao conhecimento das autoridades, é um pai desesperado tentando proteger o filho de um pedófilo presente no núcleo familiar em que vive, ou um pai vingativo e inconsequente tentando sugestionar o filho de tenra idade a inventar fatos graves para prejudicar seu desafeto”.

Caso – em 9 de março de 2018 o caso chegou à polícia constando que em residência localizada no bairro Coophavila II, na Capital, tio teria praticado atos libidinosos contra o sobrinho.

Segundo restou apurado, à época dos fatos, a vítima vinha reclamando do denunciado há dias, sendo que o mesmo é muito agressivo, e em certa data o jogou na parede. 

Na ocasião, a polícia apurou que a criança sentia-se amedrontado na presença do suposto autor do crime, e ao ser questionado, o menor havia dito que o acusado passou a mão "em sua bunda" introduzindo o dedo e causando-lhe dores.

Conforme atendimento da criança no setor psicossocial, ele teria dito que era tímido e teria vergonha de contar o que o tio havia feito, mas relatara na ocasião que “tá bem, eu vou te contar. Estou com medo de contar... Ele passou a mão na minha bunda. Ele enfiou o dedo no fundo do meu bumbum, e eu não chorei mas doeu...".

O pai da criança reafirmou os fatos, relatando que o filho teria dito que o denunciado deu uns 'cascudos' nele, assim como o abusou, passando a "mão na bunda dele e enfiando o dedo dentro da bunda dele por dentro da cueca e que doeu".

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