Capital

Por determinação judicial, Cidade de Deus fica no escuro até mudança

Kleber Clajus | 05/12/2014 13:14
Famílias ficarão sem energia por estarem em situação irregular (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)
Famílias ficarão sem energia por estarem em situação irregular (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)

Os moradores da favela Cidade de Deus vão permanecer no escuro após decisão judicial, nesta sexta-feira (5), proibir religação de energia elétrica no Bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande. A transferência das famílias para loteamento social, no Jardim Noroeste, está prevista para a primeira quinzena de janeiro.

Conforme o titular da 2ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos, Luiz Felipe Medeiros, a medida considera risco de acidente entre os habitantes e revoga sua própria decisão que possibilitava o retorno do serviço.

“O fornecimento de energia elétrica no local não é viável porque não se enquadra na situação prevista em lei para que a concessionária possa prestar o serviço. O local não tem ruas ou postes e as instalações nos barracos são muito precárias”, pontuou Luiz Felipe, em acordo fechado em audiência pública nesta manhã.

Para os moradores Rodrigo Santos e Mariane Gonçalves, o risco agora não será com choques elétricos, mas incêndios pelo uso de velas e lamparinas. Porém, ambos admitem que a decisão judicial terá que ser cumprida.

Valtemir Brito, titular da Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação), confirmou que nem mesmo geradores voltarão a funcionar. “Não tem como assumir essa questão, infelizmente, e religar a energia. É o que a Justiça definiu e vamos cumprir”, pontuou.

A analista de recuperação de energia da Enersul/Energisa, Denise Simões, ressaltou que as ligações clandestinas continuarão sendo alvo de fiscalização por parte da concessionária. Ela ainda ressaltou que no novo endereço foram instalados, gratuitamente, padrões de energia.

Mudança – Acordo firmado, nesta sexta-feira (5), prevê a transferência de 200 famílias da Cidade de Deus, na primeira quinzena de janeiro, para loteamento no Jardim Noroeste.

Como contrapartidas, a Prefeitura terá que construir salas de aulas, reforçar equipes de saúde e adotar planos de drenagem e esporte no novo endereço.

Quando concluído o processo, a área ocupada de forma irregular será limpa para plantio de árvores e incorporação de cortina arbórea, destinada ao controle do mau cheiro de aterro sanitário, no Dom Antônio Barbosa.

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