Policial que atirou na mulher estava separado há duas semanas
Família garante que disparo não foi acidental, como alega o PM
O policial militar Paulo Cesar Lucas, de 42 anos, conhecido como soldado Lucas, preso nesta manhã após matar a mulher com um tiro no abdômen, em Campo Grande, estava separado dela há apenas duas semanas, depois de um casamento de 16 anos.
O casal tinha três filhos, a mais velha de 15 anos e outros de 11 e 12 anos. Segundo a família da vítima, Luciana Chaves Farias, de 35 anos, Paulo era violento e bebia muito.
O padrasto de Luciana, Luiz Carlos Batista, de 45 anos, conta que o PM já havia atirado na mulher, mas o disparo acertou o portão da casa. Luciana trabalhava como agente de saúde.
"Susto" - A versão do policial para o crime é de que ele dormia em um quartinho no bairro Coophavilla, quando a mulher chegou e arrombou a porta.
Sem saber que era ela, ele pegou a arma que estava ao lado da rede onde
dormia, e disparou acertando Luciana no abdômen.
Após o disparo, ele acionou o serviço de emergência e a mulher foi levada pelos Bombeiros ao posto de saúde do bairro Coophavilla, mas não resistiu ao ferimento.
Violência - Ao contrário do que alega o policial, a família de Luciana garante que o corpo tinha sinais de estrangulamento e um tiro nas costas.
Tio materno dela, o pedreiro Vanderley Pereira Chaves, de 51 anos, conta que viu o corpo da sobrinha no posto de saúde e ela tinha o pescoço inchado e estava com a língua para fora.
Por conta da alegação da família, a Polícia Civil solicitou que a perícia vá ao IML (Instituto Médico Legal) verificar se há esses indícios. Contudo, a informação do IML é que o corpo ainda não chegou ao local.
Conforme o delegado supervisor da Depac Piratininga, Silvério Arakaki, se for constatado que há sinais de violência na mulher, o policial terá lavrado o flagrante por homicídio doloso.
Enquanto isso, o soldado do 1º Batalhão da Coophavilla permanece na Depac, já acompanhado de advogado.