Capital

Polícia refaz passos de aborto para confrontar versões de mãe e filha

Garota disse à polícia que abortou criança sozinha, após tomar chá de ervas por dois dias

Luana Rodrigues e Amanda Bogo | 16/03/2017 17:27
Policiais na rua de casa onde ocorreu aborto. (Foto: Marcos Ermínio)
Policiais na rua de casa onde ocorreu aborto. (Foto: Marcos Ermínio)

Na tarde desta quinta-feira (16), a Polícia Civil voltou à casa onde a adolescente de 17 anos abortou um bebê de cinco meses, nesta semana. O objetivo dos policiais era confrontar as versões dos envolvidos no caso, principalmente da garota e da mãe dela, para chegar a uma conclusão sobre como o crime foi realmente praticado.

“Não foi uma reconstituição e sim levantamento de evidências para que pudéssemos entender melhor a situação”, explicou a delegada, Aline Sinott, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), que investiga o caso.

Conforme a delegada, em depoimento, a garota contou que passou dois dias tomando chás de uma erva abortiva, até que na terça-feira (14), a noite, começou a sentir contrações. A adolescente também contou à polícia que estava sozinha em casa, quando o bebê nasceu e ela o enterrou no quintal de casa.

“Por enquanto, trabalham com essa hipótese apresentada pela garota, mas caso se comprove que a mãe teve participação no crime, ela pode responder por prática de aborto, com pena de até três anos”, explicou a delegada.

A criança foi enterrada em uma caixa de papelão, que continha flores e um rosário dentro. O caso só veio a tona, porque a adolescente contou para o namorado, pai do bebê, que havia praticado um aborto.

 

Aline Sinott, delegada que investiga o caso. (Foto: Marcos Ermínio)

O rapaz, de 27 anos, contou para a mãe e a avó paterna decidiu denunciar o crime à polícia. De acordo com a delegada, ele sustenta a versão de que a mãe da adolescente induziu a filha, inclusive, que teria mensagens no celular que provam isto. Os celulares dele e da adolescente foram apreendidos e devem passar por perícia.

A mãe da adolescente, que não teve o nome divulgado, nega participação no crime. Ela disse à polícia que nem sabia que a filha estava grávida e que nunca foi questionada pelo pai da criança ou a avó paterna sobre a gestação.

Segundo a delegada, caso fique comprovado que a adolescente agiu sozinha, ela pode responder pelo crime de aborto provocado pela gestante, e como é adolescente, corre o risco de ficar internada numa Unei (Unidade Educacional de Internação) por até três anos.

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