Capital

Polícia prende irmãos por morte de mascate durante perseguição

À polícia, irmãos disseram que a mãe deles foi ameaçada a pagar dívida de R$ 1 mil com os mascates

Silvia Frias e Bruna Marques | 23/06/2022 12:34
Crime aconteceu na rua Candomblé, no Bairro São Conrado, em março deste ano (Foto/Arquivo: Clayton Neves)
Crime aconteceu na rua Candomblé, no Bairro São Conrado, em março deste ano (Foto/Arquivo: Clayton Neves)

Dois irmãos, de 25 e 31 anos, foram presos e indiciados pela morte do mascate Júlio César da Silva, 51 anos, e tentativa de homicídio de Rodolfo Antônio Martins, 33 anos, em março deste ano. As vítimas eram mascates de Minas Gerais e tinham ido até a casa da mãe deles para cobrar dívida.

Foram presos Henrique Dornelis de Almeida, 31 anos, e o irmão dele. Desde o início das investigações, o mais velho já era considerado suspeito e estava foragido. Em reportagem do Campo Grande News, consta que ele tinha passagens por roubo, ocorrido em 2018.

Henrique de Almeida foi preso no dia 2 de junho (Foto/Reprodução)

O delegado da 6ªDP (Delegacia de Polícia), Camilo Kettenhuber, disse que Henrique foi preso em casa, no dia 2 de junho, em operação do GOI (Grupo de Operações e Investigações). O irmão de 25 anos se apresentou à Polícia Civil no dia 15 de junho.

Os irmãos alegaram que reagiram às ameaças que sofreram na cobrança de dívida. Os três vendedores de Araújos (MG) vieram a Campo Grande com produtos para revenda, como maquiagem, roupas e calçadas. Eles entregam os itens e acertavam comissão de 30% do que fosse comercializado e que deveria ser paga em três meses.

Depois desse prazo, eles voltavam para buscar a parte que lhes cabia. Caso a pessoa não tivesse o dinheiro, concediam novo prazo, de dois dias para o pagamento. Nesta fase, de acordo com informações do delegado, a cobrança já era mais assertiva, na base da ameaça.

Júlio César morreu com tiro no pescoço durante cobrança de dívida (Foto/Reprodução)

Foi o que aconteceu na noite de 19 de março de 2022, quando os mascates foram até a casa da mãe dos dois suspeitos para receber dívida de R$ 1 mil.

Segundo o delegado, os tiros foram disparados por Henrique de Almedia, que utilizou revólver calibre 38. O alvo era o vendedor que estava no banco do passageiro, Rodolfo Martins, por ser o homem que o havia ameaçado, mas acabou acertando o condutor, Júlio César com tiro no pescoço.

Na perícia complementar, feita na Depac/Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), foi encontrado o projétil alojado na porta do motorista. Além dos tiros, Henrique usou coronha da arma para agredir Rodolfo.

Os mascates ainda tentaram fugir, mas, ferido, Júlio César perdeu controle do carro e bateu em um muro, a poucas quadras de distância. As vítimas saíram correndo do carro quando viram que Henrique ainda os perseguiu, correndo pela rua e armado com uma faca.

Os irmãos foram indiciados por homicídio qualificado por motivação fútil e que dificultou a defesa além de porte ilegal de arma de fogo.

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