Capital

Polícia flagra abatedouro ao ar livre com boi "sangrando" em árvore

Paula Vitorino e Francisco Júnior | 21/09/2011 12:09

Proprietário disse que carne era para consumo próprio, mas delegado descarta alegação

Árvore onde animal era colocado para "sangrar". (Fotos: Simão Nogueira)
Árvore onde animal era colocado para "sangrar". (Fotos: Simão Nogueira)
Local onde ficava o abatedouro, rodeado por curral e canavial.

Por volta das 9h30 desta manhã, um abatedouro clandestino foi fechado pela Polícia Civil no bairro Uirapuru, em Campo Grande. O abate era feito ao ar livre, embaixo de uma árvore, em meio a terra e ao lado de um curral com aparência de abandonado. No momento do flagrante, os policiais encontraram um boi "sangrando" pendurado na árvore.

No local, que é uma espécie de chácara, foram presos Antonio Maciera e o seu filho Raimundo Nonato, de 23 anos. Os dois moram em uma residência ao lado e Antonio alegou que a carne do animal era para consumo próprio.

Mas o delegado da Decon (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), Adriano Garcia, descarta essa possibilidade devido a quantidade de carne.

“Um boi inteiro é muita coisa para uma família só comer”, frisa.

A suspeita da Polícia é de que a carne fosse vendida para os moradores da região, mas a investigação ainda irá apurar quem eram os compradores.

O delegado alerta que muitas pessoas colocam a saúde em risco para economizar os gastos. “Se ele abatia é porque tem quem compra. As pessoas se limitam a preço e acabam correndo riscos consumindo carne imprópria para consumo”, ressalta.

Os policiais chegaram até o local após receber denúncias de que ali funcionava um abatedouro clandestino. Por cerca de 30 dias o abatedouro foi investigado. Apenas a carne do boi foi apreendida no local e levada para ser destruída pelo Iagro.

Só no ano passado, foram apreendidas 24 toneladas de carne ilegal. O delegado diz que esse tipo de crime é ainda mais comum no interior do Estado.

A Polícia também vai investigar a procedência do boi. A suspeita é de que o animal tenha sido furtado de alguma fazenda, já que possui a marca de um produtor rural.

Antonio e Raimundo serão indiciados por maus tratos de animais, com pena de 1 a 3 anos, e responderão por crime de relação ao consumo, com pena de 2 a 5 anos. Os dois serão conduzidos as celas da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).

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