Capital

Polícia Civil mantém como latrocínio investigação sobre morte de Mayara

Comando da Corporação realizou reunião nesta manhã, para discutir o questionamento de que seria feminicídio

Leonardo Rocha | 31/07/2017 11:27
Subsecretária Luciana Azambuja participou de reunião na Polícia Civil (Foto: André Bittar)
Subsecretária Luciana Azambuja participou de reunião na Polícia Civil (Foto: André Bittar)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul decidiu manter a investigação do assassinato da musicista Mayara Amaral, de 27 anos, como um caso de latrocínio, por entender que a motivação do crime era o roubo dos bens da vítima e de sua família. A decisão foi divulgada após reunião que ocorreu nesta manhã (31), com a presença do delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas.

De acordo com a subsecretária de Políticas para as Mulheres de Mato Grosso do Sul, Luciana Azambuja, que participou da reunião, houve um entendimento entre os delegados e autoridades que a investigação até o momento segue como latrocínio, pois segundo eles, houve premeditação para o roubo. A família, em reportagem divulgada pelo Campo Grande News, informou acreditar que o interesse dos três homens presos era o veículo Duster 2013, que era usado por Mayara também, e não o Gol 1992 no qual ela estava no dia do crime.

"Apesar de se tratar de um crime cruel contra uma mulher, foi absorvido pelo latrocínio, que é (crime) hediondo e tem até pena mais alta que o feminicídio e está sendo conduzido pela delegada Gabriela Stainle, tendo todo o cuidado com a memória da vítima e em constante contato com a família", disse Luciana.

Questionada se não havia indícios de feminicídio, ela admite que se trata de um crime de "crueldade contra mulher", que tem inclusive o componente de violência de gênero, mas que o objetivo maior, segundo as autoridades, era roubar a vítima.

"Os detalhes da investigação não serão divulgados, até para não atrapalhar os trabalhos, e também para que não prejudique a memória da vítima", disse Luciana.

Ela ponderou que teve o cuidado de participar da reunião até para saber como estava sendo feita a apuração. "Posso garantir que não está sendo conduzida de forma machista, existe todo um cuidado da polícia, para que traga justiça para família".

Além de Luciana Azambuja e Marcelo Vargas (delegado-geral), participaram da reunião os delegados Tiago Macedo e Gabriela Stainle, que estiveram a frente do caso, assim como o diretor da Polícia Civil, Ivan Barreira e a delegada Roseli Molina, que já foi titular da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Crime - Três homens foram presos pela morte da musicista. De acordo com as investigações, um dos suspeitos, Luis Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, que é músico, alegou que tinha um relacionamento com a vítima e combinou um encontro com ela no motel, por volta das 22h de segunda-feira (24).

De acordo com a investigação, ele levou um amigo para o encontro, Ronaldo da Silva Olmedo, 30 anos. As circunstâncias em que a jovem acabou no local com os dois homens não foram esclarecidas. 

O plano da dupla, conforme a investigação, era roubar o carro e outros pertences de Mayara, e depois assassiná-la. Conforme a investigação, quando ela percebeu a emboscada, tentou reagir, mas acabou morta, ainda segundo as informações divulgadas pela polícia. Com  ajuda de um terceiro homem, Anderson Sanches Pereira, 31 anos,  o corpo foi parcialmente carbonizado, e jogado na região do Inferninho.

A defesa de Luis Alberto afirma que ele não viu o momento da morte e que participou apenas da ocultação do corpo.

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