Capital

Polícia acredita que animais carbonizados foram descartados em terrenos

Até o momento, o responsável pelo crime não foi identificado pelas equipes de investigação

Geisy Garnes e Bruna Marques | 23/09/2021 09:58
Em meio ao terreno sujo, a fogueira com animais mortos chamou atenção dos moradores. (Foto: Henrique Kawaminami)
Em meio ao terreno sujo, a fogueira com animais mortos chamou atenção dos moradores. (Foto: Henrique Kawaminami)

Polícia acredita que os 10 animais encontrados carbonizados em um terreno baldio do Bairro Parque Novo Século, em Campo Grande, já estavam mortos, quando foram descartados e incinerados. Até o momento, o responsável pelo crime não foi identificado pelas equipes de investigação.

De acordo com o delegado Maércio Alves Barbosa, titular da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista), a principal suspeita é que os animais tenham sido descartados no terreno, que tradicionalmente é usado por moradores da região como lixão.

Se a situação for confirmada, o autor não responderá por maus-tratos, mas sim, por crime de poluição. “Vamos supor que não foi maus-tratos, foi descarte, mas isso também é crime. O descarte desses animais é crime de poluição. Após a morte, é necessário a destinação correta. Trabalhamos nessas duas linhas: se eles foram mortos por maus-tratos ou se foi descarte". 

Delegado Maércio Alves Barbosa, responsável pela investigação do caso. (Foto: Henrique Kawaminami)

As equipes apuram também se o crime foi cometido por clínica veterinária ou até mesmo ONGs (Organizações Não Governamentais). “Tudo é possível”. Segundo o delegado, o crime de poluição prevê pena de 1 a 4 anos e o de maus-tratos de 2 a 5 anos.

A área abandonada se destaca no bairro pelo lixo. Todo o terreno é coberto de entulhos e restos de móveis quebrados, o cheiro ruim pode ser sentido de longe. Foi no meio desse cenário, que a fogueira com corpos de nove cães e um gato foi encontrada. Além dos animais carbonizados, outros dois cachorros mortos foram jogados no local dentro de sacos plásticos.

Em entrevista ao Campo Grande News, a comerciante Elizangela Ferreira Teodoro, de 38 anos, responsável por denunciar o caso, revelou que o descarte de animais, vivos e mortos, é comum no terreno. “Aqui é direto essa situação, resgatei diversos animais. Já encontrei cachorro com a unha arrancada, perdi a conta de quantos resgatei. Jogam aqui vivos, mortos, doentes, sem conseguir andar”.

Para encontrar o responsável pelo terreno, a delegacia especializada acionou a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana). Ele também pode ser responsabilizado pelo abandono do terreno.

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