Capital

Pintor some no Jardim Colúmbia; família acredita em sequestro

Renan Nucci | 07/07/2014 12:10
Pintor foi visto pela última vez na noite do dia 1°. (Foto: Divulgação)
Pintor foi visto pela última vez na noite do dia 1°. (Foto: Divulgação)

Era por volta das 5h30 da manhã do dia 2 de julho, quando Ana Joaquina Borges, de 64 anos, notou que o filho Lauri Borges, de 42 anos, também conhecido como “Alemão”, não estava em casa. O portão principal da residência onde a família vive no Jardim Colúmbia, região do Nova Lima, estava arrombado e a porta do quarto em que Lauri dormia havia ficado aberta, do mesmo jeito que ele deixou antes de desaparecer. A suspeita é de sequestro. 

Segundo Joaquina, o filho, pai de um garoto de seis anos, era um homem trabalhador que ganhava a vida com construção civil, sempre atuando como pintor. Ela conta que ele jamais havia se metido em confusão, porém, era usuário de drogas. “Ele tinha esse defeito, gostava de fumar cigarro de maconha. Não sei dizer se mexia com droga mais pesada”, relatou a mãe, abalada com a situação.

Sequestro - Na noite de 1° de julho, data do sumiço, Alemão voltou para a casa após uma jornada de trabalho. Como de costume, foi a um mercado próximo comprar leite para o filho, por volta das 20h30. Enquanto ele estava fora, um carro estacionou em frente da casa e perguntou por ele. “Eu tenho dificuldades pra andar e por isso não fui lá fora ver quem era. Apenas gritei dizendo que Lauri não estava, e depois o carro foi embora”, explicou.

Logo em seguida Alemão retornou e se sentou para ver TV com a mãe e o filho, quando ouviu algumas pessoas o chamando no portão. “Era o mesmo carro que tinha aparecido na primeira vez”, detalhou Joaquina. Ele foi atender e os homens pediram água. Logo depois voltou para a casa. “Ele disse que eram uns paraibanos, mas nada demais”.

Mãe do pintor está se mudando por tempo indeterminado. (Foto: Alessandro Martins)

A mãe relata que, ao entrar, Alemão ouviu um barulho vindo do portão e saiu para ver, fechando bruscamente a porta da casa. “Depois disso ele não voltou mais e acabei caindo no sono. Alguns vizinhos disseram que quatro pessoas o obrigaram a entrar em um carro Gol preto. Eles chegaram a dar uns tapas nele, tanto que a toca dele caiu. Só notei o sumiço na madrugada do outro dia, por volta das 5h30, quando acordei e vi a casa toda aberta”.

A última vez em que o pintor foi visto ele trajava um moletom xadrez nas cores mostarda e preta.

Ameaças – De acordo com o cunhado, David de Oliveira, de 39 anos, Alemão não vinha recebendo ameaças de ninguém, contudo, antes de ser supostamente sequestrado, teria se desentendido com um patrão por causa de pagamentos atrasados. “A gente sabe apenas que ele tinha feito um serviço para um pessoal de fora, mas que não recebeu em dia. Fomos atrás de todas as pessoas com quem ele já havia trabalhado, mas não descobrimos nada”, explicou.

Preocupação – A irmã, Simone de Oliveira Borges, 32 anos, diz que a polícia já foi acionada, mas não há informação alguma até o momento. “Já fomos ao IML (Instituto Médico Legal) e à Santa Casa, mas ninguém sabe o paradeiro dele”, disse ela lembrando que, diante da situação, a mãe, Joaquina, está de mudança. “Não dá pra ela e o menino ficarem sozinhos. Tem pessoas suspeitas circulando a casa, por isso eles vão pra outro lugar”. 

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