Capital

Pelo menos 30 moradores de rua passaram noite, mas deixaram abrigos

Das 175 pessoas acolhidas e levadas para alojamentos, 30 voltaram para as ruas

Anahi Zurutuza e Clayton Neves | 26/03/2020 17:22
Camas montadas em abrigo da prefeitura que cuida de idosos (Foto: Marcos Maluf)
Camas montadas em abrigo da prefeitura que cuida de idosos (Foto: Marcos Maluf)

“Amanheceu, eles foram embora”, revelou Marcilene Rodrigues, gerente de proteção social de média complexidade da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social). Ela se refere a alguns dos 30 moradores de rua, migrantes e imigrantes que haviam sido recolhidos nessa quarta-feira (25), mas deixaram os abrigos montados pela Prefeitura de Campo Grande, como uma das estratégias de enfrentamento a pandemia de coronavírus. 

Tomaram banho, receberam atendimento médico, comeram e dormiram nos alojamentos, 175 pessoas e a maioria das evasões foi dos locais onde estavam concentrados moradores de rua. “Muitos deles são usuários de drogas, nós conversamos, explicamos sobre o perigo do vírus e oportunidade que eles tem agora de se tratar, mas sem o acesso à droga, eles preferem ir embora”.

Depois da operação na noite de ontem com objetivo de “zerar” a população de rua, equipes do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social) não saíram das ruas e, como na rotina, estão 24 horas realizando abordagens e tentando levar as pessoas para os abrigos. Os profissionais recebem chamados por telefone, além de fazer a busca-ativa dos vulneráveis.

Telefones disponíveis para chamar serviço de acolhimento enquanto (Foto: PMCG/Divulgação)

Nos alojamentos, 3 deles montados em escolas municipais, moradores de rua recebem roupas diariamente, cama, local para banho, 4 refeições diárias, assistência psicossocial e médica, além de estarem livres para práticas esportivas. A ideia é tirar essas pessoas das ruas, onde estão mais vulneráveis a contrair o vírus e, por consequência, se tornarem vetor da Covid-19 (doença).

Onde -  Os locais definidos são o Cetremi (Centro de Triagem do Migrante e População em Situação de Rua), no Jardim Veraneio, para onde vão os casos mais graves de dependência química; a escola municipal Padre. Tomaz Ghirardelli, no Dom Antônio Barbosa, dedicada a migrante e imigrante (homens mulheres e famílias); a escola municipal Doutor Plínio Barbosa Martins, no Jardim das Macaúbas, onde vão ficar moradores de rua e, por último, o Centro Dia, exclusivo para idosos.

Matéria alterada às 22h02 a pedido da SAS para correção dos números.

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