Capital

Parlamentares cobram pressão sobre Congresso para mudar decisão do STF

Manifestação ocorre na Avenida Afonso Pena, em frente ao prédio do Ministério Público Federal, em Campo Grande

Gabriel Neris e Leonardo Rocha | 09/11/2019 19:08
Deputado estadual Renan Contar discursa sobre trio elétrico (Foto: Marcos Maluf)
Deputado estadual Renan Contar discursa sobre trio elétrico (Foto: Marcos Maluf)

Os parlamentares que engrossaram a manifestação deste sábado (9) contra a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que derrubou a validade de execução provisória de condenações criminais, conhecida como prisão após a segunda instância, defenderam uma pressão sobre o Congresso para que a mudança ocorra através de PEC (Proposta de Emenda Constitucional).

O deputado estadual Renan Contar (PSL) afirma que a decisão foi equivocada e que “o sentimento é de vergonha”. “A esquerda aparelhou o STF nos últimos governos e o resultado foi orquestrado para a corrupção prevalecer. O STF não vai acabar com a nossa esperança. A bola está no Congresso, vamos pressionar os deputados”, afirmou.

A senadora Soraya Thronicke (PSL) não participou da manifestação, mas mandou um áudio divulgado através do trio elétrico. Segundo ela, “o momento é de decepção, mas o Congresso precisa assumir o papel, por falta de uma lei o STF decidiu da pior forma possível”. “A nossa estratégia é conseguir o resultado favorável no Congresso, vamos pressionar os parlamentares nas redes sociais e virar o jogo”, disse.

Trecho da Afonso Pena foi bloqueado pelos protestantes (Foto: Marcos Maluf)

O vereador André Salineiro (PSDB) também participou do protesto e afirmou que a decisão “não vai abalar a luta. Foi armada para liberar o ‘safado’ da cadeia”, disse, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, beneficiado com a decisão do STF e que deixou a cadeia de Curitiba um dia após o fim da sessão na Corte. “[A decisão] vai beneficiar políticos corruptos e bandidos perigosos”, completou.

O colega da Casa de Leis Vinicius Siqueira (DEM) defendeu que as manifestações estão sendo emergenciais porque os movimentos esperavam que o Ministério Público Federal fosse recomendar a prisão preventiva de Lula. “A soltura foi inesperada e agora o Congresso precisa pensar em um mecanismo para reverter”, disse.

Fabricia Sales é uma das organizadoras do evento na Avenida Afonso Pena e disse que a tendência é de novos protestos. Ela diz que os grupos estavam mais quietos porque confiaram no trabalho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e também do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Agora precisam voltar para as ruas. Ele [Lula] saiu e já começou a campanha para 2022. Enquanto não voltar a prisão em segunda instância terão mais manifestações”, emendou.

O protesto fechou parte da Avenida Afonso Pena no sentido Shopping Campo Grande. O trânsito está sendo desviado para a Rua Dona Ambronisa, na lateral ao prédio do MPF, provocando congestionamento de carros e ônibus.

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