Capital

Para ser medicada em posto, mulher tem de comprar remédio

Viviane Oliveira | 22/05/2013 19:05
Com a receita em mãos, Zenilda diz que de três remédios que a rede de saúde fornece, apenas um tinha na unidade. 
(Foto: João Garrigó)
Com a receita em mãos, Zenilda diz que de três remédios que a rede de saúde fornece, apenas um tinha na unidade. (Foto: João Garrigó)

Com fortes dores na coluna, a copeira Zenilda de Oliveira Gumercindo, de 41 anos, procurou o posto de saúde do Nova Bahia na última sexta-feira (18). Ela disse que ao passar por atendimento médico foi informada que precisava tomar uma injeção na veia com dois medicamentos, diclofenaco e dipirona, mas para isso teria que comprar, porque na unidade só havia um deles.

A falta de medicamentos continua sendo um grande problema para a população que depende dos remédios gratuitos na rede municipal de saúde. No dia 6 de maio dois caminhões com os produtos foram entregues e mais 20 são aguardados pela Sesau (Secretária Municipal de Saúde), mas até agora a situação não foi resolvida.

Zenilda conta que foi levada as pressas para o posto porque estava com a coluna "travada". Lá, recebeu atendimento e na hora de passar à receita a médica disse: “Eu vou te medicar, mas para isso você vai ter que comprar”, reclama a copeira, dizendo que não conseguia se mexer de tanta dor.

Segundo a copeira, como não tinha dinheiro para comprar o diclofenaco acabou sendo medicada com o que havia no posto. “É um absurdo. Além do remédio, faltava álcool para o funcionário fazer a limpeza do local, antes de aplicar a injeção”, reclama

Na segunda-feira (20), Zenilda foi ao posto de novo. Dessa vez para levar a filha Stefani Kamila Santos, de 16 anos, que sofre de infecção urinária. Durante a consulta, a família já foi avisada de que na unidade não havia a medicação e teria que comprar e voltar no posto para ser medicada.

“Ainda esta semana minha vizinha me pediu dinheiro emprestado para comprar remédio para diabetes, que o posto de saúde fornecia, mas que hoje está em falta”, finaliza.

Segundo Alcides Bernal (PP), a demora na compra, iniciada em 25 de janeiro, foi para atender as normas que regem os processos licitatórios. “Faltava medicamento desde setembro do ano passado. Em novembro, tivemos acesso a um relatório descritivo. A equipe foi fazer o relatório físico e não bateu. Descobri que não ia dar o medicamento”, diz.

Conforme a assessoria de imprensa da Sesau, o restante dos medicamentos comprados deve chegar ainda este mês. 

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