Capital

Para se livrar de pichações, moradores apelam ao grafite no Cabreúva

Filipe Prado | 01/04/2014 17:31
A lanchonete foi toda grafitada para conter o vandalismo (Foto: Cleber Gellio)
A lanchonete foi toda grafitada para conter o vandalismo (Foto: Cleber Gellio)

Cansados de terem as casas pichadas, moradores do Jardim Cabreúva apelaram ao grafite para tentar conter as ações de vandalismo. Os pichadores desafiam o poder público, a polícia e não possuem limites para sujar imóveis comerciais, residenciais e até prédios. Há casos, de pichações até no 10º andar.

Depois de ter a lanchonete pichada pela quarta vez, o empresário Edson Petuco, 38 anos, pagou uma pessoa para grafitar o estabelecimento. “Eu preferi que grafitassem, pois os pichadores respeitam o local, quando tem grafite”, contou.

Ele disse que há cerca de um ano grafitou o local e gastou menos do que se fizesse sempre a manutenção da lanchonete, todas as vezes que pichavam. “Eu gastei em torno de R$ 1.800 e sei que não vou gastar mais. Quando pichavam, eu tinha que gastar para pintar.”, relatou Edson.

“Nunca mais picharam aqui”, completou o empresário. Ele afirmou que ainda não acabou de grafitar a lanchonete. “Ainda tem algumas coisas para pintar”, disse.

 

Edson contou que a lanchonete foi pichada quatro vezes, antes de grafitar (foto: Cleber Gellio)

Na casa do pai do autônomo Otony Mustafa, 32, a situação não é muito diferente. “Três adolescente chegaram aqui, pediram para grafitar a parede de casa e meu pai deixou”, comentou. Ele disse que sempre picharam o local, mas admirou a atitude dos garotos.

“Eu gostaria que todos fossem assim, pois nós poderíamos autorizar ou não. Eles poderiam chegar e zoar com o muro, mas pediram antes”, completou o autônomo. Otony disse que o trabalho durou cerca de dois dias.

Mas os moradores acham as penas para os pichadores muito fraca. “Eu acho que não deveriam só multar, deveria ser uma pena maior”, afirmou o Edson. Otony concordou. “Eu acho que eles têm que sofrer as sanções necessárias e até reclusão”, lamentou. 

Crime - Dois jovens de 18 anos foram presos na madrugada de hoje (1), na Avenida Júlio de Castilho, na Vila Sobrinho, em Campo Grande, depois de serem flagrados pichando muros e fachadas de residências. Os rapazes também foram multados pela PMA (Polícia Militar Ambiental) em R$ 1 mil cada um, por crime ambiental. Conforme o major da PMA, Edmílson Queiroz, essa foi a primeira atuação administrativa na Capital feita pelo órgão.

Desde 1998, com a Lei de Crimes Ambientais, pichar é crime. A PMA pode multar os pichadores no valor de R$ 1 mil até 50 mil, dependendo da infração. O infrator também pode pegar pena de prisão de três meses até um ano.

O pai de Otony autorizou o grafite do muro da casa (Foto: Cleber Gellio)
Edson gastou que R$ 1.800 no grafite, menos do que pagou na pintura (Foto: Cleber Gellio)
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