Capital

Para produtor, “prêmio” do governo pode incentivar destruição de fazendas

Aline dos Santos | 24/06/2013 11:49
 “Os índios estão lá dentro há 15 anos”, reclama dono da fazenda Fronteira.  (Foto: Marcos Ermínio)
“Os índios estão lá dentro há 15 anos”, reclama dono da fazenda Fronteira. (Foto: Marcos Ermínio)

Do lado de fora da reunião entre representantes da Justiça, fazendeiros e índios, que acontece nesta segunda-feira em Campo Grande, o produtor rural Pio Queiroz Silva afirma que o “prêmio” do governo, que se dispôs a pagar por fazendas na região da aldeia Buriti, pode levar a novas invasões e destruição de imóveis rurais.

De acordo com ele, o governo federal deveria exigir que os locais fossem desocupados para, só então, abrir negociação. A fazenda Buriti, em Sidrolândia, teve imóveis incendiados no último dia 30 de maio durante desocupação. A mesma ação resultou na morte do terena Oziel Gabriel, de 35 anos, despertando para o resto do Brasil a violência pelas disputas de terra em Mato Grosso do Sul.

Pio Silva é proprietário da fazenda Fronteira, no município de Antônio João. “Os índios estão lá dentro há 15 anos”, reclama. A área em litígio tem 9.300 hectares, sendo 4 mil pertencentes à família do fazendeiros. São 4.500 cabeças de gado nas propriedades.

“Vim aqui hoje por iniciativa própria. Minha filha é advogada, a minha mulher é antropóloga”, conta. Ele não conseguiu participar da reunião no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O encontro, liderado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), busca soluções para a questão fundiária. 

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