"Para": presa por latrocínio diz que pediu fim de agressão à pecuarista
"Ela pediu para Pedro ‘parar com aquilo, pois a mataria se continuasse’”, informa a defesa de Jéssica
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Presa pelo latrocínio da pecuarista Andreia Aquino Flores, a funcionária Jéssica Neves Antunes, 24 anos, pede liberdade provisória. O documento foi anexado na madrugada deste sábado (dia 30). Na manhã de hoje, ela e a mãe vão passar por audiência de custódia em Campo Grande.
O advogado Raphael Augusto Cândido de Souza aponta que Jessica comprou o simulacro de arma, boné e cigarros antes do crime, mas não participou da asfixia que levou à morte de Andréia. Ele destaca que a presa pediu para que Pedro Benhur Ciardulo (apontado como responsável por imobilizar a vítima) parasse. “Ela pediu para Pedro ‘parar com aquilo, pois a mataria se continuasse”, informa a defesa.
O documento antecipa que, diante do juiz da audiência de custódia, Jéssica deverá revelar ter sofrido tortura física e psicológica. “A parte acusada afirma que foi vítima de tortura física e psicológica, praticada no momento em que estava sendo interrogada pelos policiais da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos – DERF - até então desconhecidos -, para que suas palavras viessem a coincidir com o depoimento prestado pela primeira acusada, LUCIMARA ROSA NEVES”.
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Titular da Derf, o delegado Francis Flávio Freire afirmou neste sábado ao Campo Grande News que desconhecia informação de tortura e refuta "qualquer afirmação neste sentido".
Lucimara, 43 anos, é mãe de Jéssica e também foi presa pelo crime. A defesa de Jéssica pede liberdade provisória, com monitoração eletrônica.
De família tradicional de Ponta Porã e dona de vasto patrimônio, Andréia, 38 anos, foi encontrada morta em casa, num condomínio da Chácara Cachoeira, em Campo Grande, no começo da tarde de quinta-feira (dia 28).
Primeiro, mãe e filha, funcionárias da pecuarista, relataram versão fantasiosa de que foram rendidas após compras num atacadista da Rua Marquês de Lavradio, Jardim São Lourenço, e forçadas a entrar no condomínio. Durante o crime, teriam permanecido amarradas e Lucimara ainda foi obrigada a dar fuga para os assaltantes, os levando até o Bairro Tiradentes.
A versão caiu por terra horas depois, quando as câmeras do atacadista mostraram o homem entrando no Jeep, de propriedade de Andréia, enquanto as funcionárias guardavam as compras. O assalto era para forçar a pecuarista a transferir dinheiro, foram citados valores de R$ 20 mil a R$ 80 mil.