Capital

Para MP, jovem envolvido em acidente que matou namorada deve ficar preso

Fato de estudante estar na rua após o toque de recolher mostra "descompromisso com às normas de convívio social", alega promotora

Anahi Zurutuza | 13/07/2020 14:42
Ricardo França Junior ficou na Santa Casa de sábado até esta manhã, depois do acidente. (Foto: Reprodução das Redes Sociais)
Ricardo França Junior ficou na Santa Casa de sábado até esta manhã, depois do acidente. (Foto: Reprodução das Redes Sociais)

Para o MPMS (Ministério Público e Mato Grosso do Sul), o estudante de Educação Física Ricardo França Junior, de 24 anos, envolvido em acidente que matou a namorada, no sábado, deve ser mantido preso para a garantia da ordem pública. 

Além de estar dirigindo sob efeito de álcool, em alta velocidade e ter desrespeitado a sinalização de "Pare", o fato de estar na rua após o horário do toque de recolher, para a promotora de plantão Grázia Strobel da Silva Gaifatto, “indicam a notória gravidade do comportamento do representado, e o seu descompromisso para com às normas de convívio social”.

“As recorrentes mortes provocadas por condutores de veículo automotor embriagados em nossa Capital, ocasionam a instabilidade social, robustecendo a necessidade de decretação de prisão preventiva também como medida de afastar a sensação de impunidade, corroborando, novamente, à ordem pública”, argumentou a promotora no parecer sobre a prisão.

O parecer faz parte do processo para análise da manutenção ou não do flagrante pelo juiz Albino Coimbra Neto, que está no plantão hoje. A defesa também apresentou informações, como por exemplo declarações de que o rapaz tem emprego fixo e endereço conhecido. 

Usualmente, a decisão é tomada em audiência de custódia, com o preso na frente do juiz, mas diante da pandemia de novo coronavírus,  isso não está sendo possível.

Acidente - Ricardo França Junior dirigia um Pegeout 207 e tinha a namorada, Bárbara Wsttany Amorim Moreira, 21 anos, como passageira. O acidente foi no sábado à noite, por volta das 20h15 – desde o dia 8, está em vigor o toque de recolher às 20h. Ricardo e a namorada estavam voltando para casa dele, no Cabreúva, segundo apurou a polícia.

Na Rua 11 de Outubro, o veículo passou por uma elevação, fez um movimento lateral e, em alta velocidade, bateu no muro de uma casa. A jovem, aparentemente sem cinto de segurança, voou do carro e morreu no local do acidente. Ela teve o crânio esmagado.

As equipes de socorro constaram que Ricardo havia ingerido bebida alcoólica. No carro, foram achadas 4 garrafas de 600 ml de cerveja. Para fora, havia mais uma da mesma marca.

O auto de prisão em flagrante informa, ainda, que ele desrespeitou o sinal de “Pare”, no cruzamento com a Rua Santos Dumont.

Por esses motivos, o delegado de Polícia Civil responsável pelo caso enquadrou Ricardo em homicídio com dolo eventual, quando o agente causador assume o risco de produzir um resultado como a morte da moça.

No auto de prisão em flagrante, a defesa do motorista anexou documentos que comprovam emprego e residência fixos, além do fato de Ricardo França ser pai de menino de 8 anos e réu primário.

A promotoria rebate, porém, que não há provas que o rapaz seja o único responsável pelos cuidados com o filho, por isso, este não seria um argumento válido para substituir a prisão preventiva por domiciliar.

Ricardo ficou na Santa Casa de Campo Grande até esta manhã. Com a decisão do magistrado, vai ser levado para uma unidade da Polícia Civil. A reportagem apurou que será a Depac Centro (Delegacia de Pronto Atendimento) na Rua Padre João Crippa.

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