Capital

Para garantir vaga em votação de veto, manifestantes acampam na Câmara

Nyelder Rodrigues | 08/06/2016 22:15
Grupo chegou às 19h e vai passar a noite no local para acompanhar amanhã cedo a votação (Foto: Direto das Ruas)
Grupo chegou às 19h e vai passar a noite no local para acompanhar amanhã cedo a votação (Foto: Direto das Ruas)

Algumas pessoas contra ao projeto de lei que ficou conhecido como "Lei da mordaça" já estão acampadas em frente à Câmara Municipal de Campo Grande para garantir vaga no plenário durante a votação do veto dado pelo Executivo à questão. A sessão começa às 9h desta quinta-feira (9) e contará com esquema de segurança especial.

Caso seja necessário, devido a demanda de pessoas interessadas em acompanhar a votação, haverá distribuição de 354 senhas - capacidade de pessoas sentadas no plenário. Além disso, será preciso apresentar documento oficial com foto - RG ou CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para registro no cerimonial da Casa.

"Por enquanto somos apenas cinco aqui, mas está vindo mais gente agora. Amanhã cedo chegam também universitários e professores. Como serão distribuídas poucas senhas, queremos garantir as nossas", afirma a cientista social Ana Claudia Ledesma, que chegou ao local às 19h.

Ainda nesta noite, serão colocados cartazes contra a aprovação da lei na fachada da Câmara. A barraca levada pelo grupo foi armada na porta de entrada da Casa de Leis, mas houve pedido de retirada - no local apenas as pessoas podem ficar - e a barraca foi colocada na calçada.

"Avisamos todo pessoal pelo Facebook sobre o movimento aqui em frente. Estamos aqui e vamos resistir a essa lei", completa Ana, que está junto com manifestantes de movimentos feministas e LGBT na Câmara. A entrega de senhas, se for necessária, acontecerá a partir das 7h da manhã, segundo a manifestante.

Lei e esquema especial - O projeto de lei 8.242/16 foi aprovado pelos vereadores prevê restrições na atuação dos professores em sala de aula em questões como religião, política e identidade de gênero. Por isso, a questão passou a ser alvo de diversas críticas e manifestações contrárias, sendo vetada pelo prefeito Alcides Bernal (PP).

Recentemente, a Câmara Municipal de Campo Grande foi palco de uma briga com agressões físicas entre o radialista e cronista esportivo Elson Pinheiro e um servidor municipal que foi ao local protestar contra as declarações do vereador Roberto Durães (PSC), que disse conhecer a mãe de Bernal "do silêncio dos edredons.

Diante desta situação e da possibilidade de nova confusão, a Câmara Municipal decidiu por implementar tais medidas. Entre os que estão contra a lei, estão professores e a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), enquanto entre os a favor estão movimentos religiosos e o Escola Sem Partido.

Nos siga no