Capital

Para Gaeco, patrimônio de policial preso por tráfico é incompatível com salário

Em 2022, Anderson César dos Santos foi alvo de denúncia por ter vida "luxuosa" e passou a ser investigado

Por Ana Paula Chuva | 13/04/2024 18:10
Policial civil, Anderson em fotos publicadas nas redes sociais (Foto: Reprodução)
Policial civil, Anderson em fotos publicadas nas redes sociais (Foto: Reprodução)

Para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o patrimônio do policial civil Anderson César dos Santos, 47 anos, é incompatível com o salário que ele recebe como servidor público. O investigador foi preso na operação Snow, em março deste ano, acusado de integrar organização criminosa que atua no tráfico interestadual de drogas.

De acordo com o levantamento do Gaeco, até abril do ano passado Anderson tinha salário oficial de R$ 9 mil – renda líquida – no entanto, mora em uma casa de alto padrão “ampla e luxuosa” no Bairro Bosque de Ponta Porã, na cidade de Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande, avaliada até abril do ano passado em R$ 2 milhões.

A investigação mostrou ainda que o investigador tem em seu nome uma caminhonete Amarok, para uso diário, avaliada em R$ 160 mil, enquanto sua esposa – professora convocada na Rede Estadual de Ensino – tem um Jeep Compass no valor de R$ 246 mil. Na época, o salário da mulher era de R$ 2,3 mil. Este ano, a última remuneração informada foi de R$ 4.312,53.

Em nome da filha do casal, também professora na Rede Estadual de Ensino, foi encontrado um veículo Gol ano 2013, avaliado em R$ 25 mil (tabela FIPE) e um Toyota Corolla no valor de R$ 83 mil.

Anderson foi alvo de denúncia anônima a Policia Federal de Ponta Porã, no final de 2022. Na época, um levantamento prévio constatou a incompatibilidade entre a renda e o patrimônio ostentado pela família. O caso então foi encaminhado para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e o servidor passou a ser investigado.

Hugo e Anderson juntos em foto publicada nas redes sociais (Foto: reprodução)

A investigação também apontou que o envolvimento do investigador Hugo Cesar Benites com o narcotráfico não era “nenhuma novidade”, já que o policial havia sido alvo de investigação do Gaeco alguns anos antes, em Dourados, e responde a ação penal na comarca de Fátima do Sul por ser informante de organização criminosa e enriquecimento ilícito.

Os dois policiais foram filmados em maio de 2023, descarregando caixas com cocaína de viatura oficial da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. A droga foi deixada em uma casa alugada no Jardim do Pênfigo em Campo Grande, aos cuidados do traficante Valdemar Kerkhof Junior, fuzilado junto com o irmão em junho do mesmo ano.

Investigadores com viatura carregada de cocaína em maio do ano passado (Foto: reprodução)

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no