Capital

Para família, mulher foi morta por não querer reatar casamento

Nadyenka Castro | 12/10/2011 11:36

Irmão e o filho de Laura dizem que o principal suspeito não aceitava o fim do relacionamento e a ameaçava de morte

Manchas de sangue indicam que o crime aconteceu na varanda da casa, ao lado do quarto. (Fotos: Pedro Peralta)
Manchas de sangue indicam que o crime aconteceu na varanda da casa, ao lado do quarto. (Fotos: Pedro Peralta)
Evandro diz que ex-marido de Laura não aceitava fim da relação e já a tinha ameaçado, por isso suspeita dele.

“Ele não aceitava a separação. Os dois sempre terminavam e voltavam, mas, agora, era definitivo. Ele não aceitava isso de jeito nenhum”, desabafa o pedreiro Evandro de Souza Simões, 35 anos, irmão da diarista Laura Cristina Simões, 32 anos, morta com três tiros por volta da 00h00 desta quarta-feira, no Jardim Santa Felicidade, na região das Moreninhas, em Campo Grande.

Bastante triste com a morte da irmã, Evandro diz que devido ao fato de já ter ameaçado Laura, não aceitar o fim da separação e ainda ter sido a última pessoa a estar com a mulher, o ex-marido dela, Pascoal, é o principal suspeito do crime.

O filho de Laura, de 16 anos, também aponta o ex-padrasto como autor do crime porque viu munições com Pascoal horas antes e também já tinha testemunhado ele tentando agredi-la. “Uma vez, na feira, ele foi tentar bater na minha mãe e eu parti para cima dele”, lembra o adolescente, que não desgruda do celular, onde há fotos da mãe.

O garoto revela também que o ex-padrasto, que é mais novo que Laura, já havia dito que iria matar a mulher e depois cometeria suicídio.

Cabisbaixo, sentado na cama onde a mãe dormia com a irmã, de quatro anos, o adolescente conta que Laura e Pascoal viveram juntos por seis anos e há dois meses estavam separados.

Assim como o tio, o garoto afirma que a mãe não queria mais a relação e que Pascoal insistia para reatar.

O crime - De acordo com Evandro, Laura estava com os dois filhos em uma festa de familiares do ex-marido.

Pascoal a levou embora, junto com a filha de ambos, em uma motocicleta. Segundo a Polícia Civil, ele saiu da casa e alguns minutos depois um homem entrou no imóvel e atirou.

Segundo o adolescente e Evandro, a menina não viu os disparos porque estava deitada na cama, mas, ouviu os tiros e viu a mãe morta.

“Ela acordou assustada com os tiros e encontrou a mãe caída”, fala o pedreiro. “Ela falou mamãe, mamãe”, diz o garoto. Com a roupa suja de sangue, a menina correu cerca de 10 metros e chamou a vizinha, que acionou a Polícia.

Na varanda da casa estão as manchas de sangue. Até a manhã desta quarta-feira a menina ainda não sabia que a mãe tinha morrido. “Ela fala que a mãe foi para o posto [de saúde] tomar soro”, conta o irmão.

Nos siga no