Capital

Pai que matou filho afogado também responderá por tentativa de homicídio

Ministério Público considerou depoimento da vó sobre episódio ocorrido em Aquidauana

Tainá Jara e Clayton Neves | 17/02/2020 15:20
Evaldo Christian Dias Zenteno, 21 anos, é acusado de arremessar o filho contra o chão dias antes de matá-lo afogado (Foto: Kisie Ainoã)
Evaldo Christian Dias Zenteno, 21 anos, é acusado de arremessar o filho contra o chão dias antes de matá-lo afogado (Foto: Kisie Ainoã)

Evaldo Christian Dias Zenteno, 21 anos, réu confesso pela morte do filho, Miguel Henrique, 2 anos, em setembro do ano passado, vai responder também pelo crime de tentativa de homicídio. O pedido do MPE (Ministério Público Federal) considerou o depoimento da vó materna da criança. Segundo ela, dias antes de afogar a criança em uma bacia de água, o pai teria a arremessado no chão.

A nova acusação acabou adiando o depoimento do réu, inicialmente marcado para ocorrer na tarde desta segunda-feira, na segunda audiência sobre o caso, na 2° Vara do Tribunal do Júri. Desta forma, foram ouvidas hoje apenas duas testemunhas: uma de defesa, investigador da polícia civil, e uma de acusação, amiga do acusado.

Conforme o MPE, a vó materna contou em audiência de custódia, realizada em dezembro do ano passado que, sete dias antes de matar o filho afogado numa bacia para se vingar da ex-mulher, Thayelle Cristina Bogado dos Reis, 21 anos, mãe da criança, o acusado havia tentado matar Miguel o arremessando no chão. O fato teria ocorrido no município de Aquidauana, distante 139 quilômetros de Campo Grande.

O juiz Aluizio Pereira dos Santos solicitou informações sobre o atendimento ao Hospital de Aquidauana que atestam que a criança chegou inconsciente na unidade. “É preciso saber se houve, ou não, essa tentativa, em que a criança foi arremessada no chão. Os indícios vistos pela promotora são fortes”, destacou.

A vó não presenciou a agressão, mas o próprio Miguel teria dito para ela ao falar do episódio: “Papai empurrou”.

Testemunhas – O Policial Civil ouvido na audiência de hoje, como testemunha de acusação, acompanhou as investigações, inclusive participou da prisão do rapaz. Segundo ele, Evaldo confessou que segurou a cabeça dentro da água até parar de mexer, quando parou, secou com toalha e foi pra o hospital.

Como justificativa, o acusado de afirmou que se separou da mãe da criança porque ela tinha o traído e queria fazer a ex-mulher sofrer. “Disse que acabou com a vida: matei meu filho por causa de uma mulher”, teria dito Evaldo quando já estava dentro da viatura.

Amiga do reú, a testemunha de defesa, afirmou que o conhece desde 2015. Segundo ela, ela soube do episódio ocorrido em Aquidauana, mas que, conforme relato do acusado, a criança teria caído acidentalmente e o pai nem estava no quarto no momento da queda. “Ele era um bom pai. Sempre foi carinhoso e presente. Tanto que Miguel ficava mais com ele”, afirmou.

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