Capital

Pai que agrediu menina em escola já reclamou de post sobre “morte a negrada”

Conteúdo da postagem, o racismo e a apologia do nazismo foi colocado como se fosse uma fake news

Por Aline dos Santos | 12/03/2024 10:48
Cartazes sobre suposta fake news em postagem no Facebook (Foto: Reprodução)
Cartazes sobre suposta fake news em postagem no Facebook (Foto: Reprodução)

O pai que aparece em vídeo agredindo uma menina negra de 4 anos, que abraçava o seu filho na Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, em Campo Grande, já fez postagem em rede social para reclamar de suposta fake news contra candidato à presidência. 

O post no Facebook foi em 11 de outubro de 2018, período de eleições presidenciais. O pedreiro de 32 anos publicou texto contra o PT. Na imagem, aparecem dois cartazes. Um tem a frase “Morte a Negrada” e uma suástica, símbolo do nazismo. O segundo repete a frase “Morte a Negrada” e tem um revólver. 

O pedreiro reclama que a imagem estaria sendo divulgada pela oposição para prejudicar Jair Bolsonaro durante campanha. “Até onde vão chegar as calúnias contra o presidente do Brasil. O PT faz de tudo. Vale até trapaçear [sic]. Cadê os petistas pra defender começem aí sem nosçoĕs [sic]". 

A agressão na escola motivou registro de boletim de ocorrência na Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), registrado pela diretora da unidade de ensino. Os pais da menina alegam racismo.

Vídeo mostra que, num rompante, o pai do aluno, um menino branco, invade o pátio, empurra a menina pelas costas, aponta o dedo para o rosto dela e grita. Em seguida, tira o filho do local e vai embora. 

À polícia, a diretora contou que depois de sair da escola, o homem voltou, entrou na sala dela e admitiu que já tinha dado ordens ao filho para bater na menina, caso ela se aproximasse dele, sem qualquer explicação. 

Em depoimento à Depca, o pai alegou que estava nervoso e disse que se arrependeu. Ele não negou racismo, admitiu que ordenava ao filho para bater na menina caso ela o tocasse e alegou que o menino não gosta de ser tocado.

A reportagem tenta desde ontem (11) contato com o homem, mas até agora não houve retorno. O espaço segue aberto para declarações futuras.

O Campo Grande News não vai divulgar o nome dos envolvidos para não identificar as crianças. 

(*) Matéria alterada às 11h51 e às 12h41, para correção e acréscimo de informações.

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