Capital

Pai de adolescente admite ser dono da arma que matou menina de 12 anos

Nadyenka Castro e Paula Vitorino | 09/09/2011 12:52

Vigia de 47 anos disse que comprou o revólver há seis meses. Garoto queria proteger o pai

Delegada Maria de Lourdes mostra revólver calibre 38 do pai do adolescente. (Foto: Simão Nogueira)
Delegada Maria de Lourdes mostra revólver calibre 38 do pai do adolescente. (Foto: Simão Nogueira)

A arma de onde saiu o tiro que matou Ana Carolina dos Santos, 12 anos, na noite do 6, em Campo Grande, é do pai do adolescente de 15 anos que ‘brincava’ com o revólver calibre 38. Pai e filho admitiram a propriedade no fim da tarde dessa quinta-feira.

A Deaij (Delegacia de Atendimento à Infância e à Juventude) já suspeitava que a arma era do homem de 47 anos. No entanto, ele negava e o filho dizia que havia comprado por R$ 20.

No fim da tarde de ontem, o homem, que trabalhava como vigia durante o dia e à noite entrega pizzas, confessou à Polícia que comprou a arma há seis meses, a escondeu no guarda-roupa e, para ele, o filho não sabia do objeto.

O trabalhador não quis falar com a imprensa, mas o advogado dele, José Hamilton de Souza, declarou que a arma foi comprada para defesa pessoal. “Ele disse que comprou a arma para se defender da violência”.

O advogado fala ainda que seu cliente não imaginou que o filho fosse mexer no revólver, que ficava guardado no guarda-roupa.

De acordo com a delegada Maria de Lourdes Souza Cano, o adolescente mudou três vezes a versão sobre o caso, sendo que na última confessou que o revólver era do pai e soube do objeto há cerca de um mês.

O adolescente morava com a mãe em Rochedo e há dois meses está com o pai. Os dois usam o mesmo guarda-roupa e em um determinado dia viu a arma de fogo e questionou o pai, segundo contou a Polícia, situação que o homem nega.

O menino também contou que Ana Carolina sabia do revólver e que não o apontou para a amiga de 13 anos, e sim para cima. Depois, foi abaixando apontando-a para a vítima, e então houve o disparo.

Conforme Maria de Lourdes, o garoto mentiu sobre a propriedade do objeto para proteger o pai e não envolve-lo com o crime.

O homem não tem participação direta no homicídio, mas, como era de responsabilidade dele a arma, irá responder criminalmente por omissão de cautela e também por posse irregular de arma de fogo, pois não tinha autorização para te-la. A delegada vai ouvir mais três pessoas hoje e espera concluir o inquérito ainda nesta sexta-feira.

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