Capital

Padres da Capital já perdoavam mulheres que cometeram o aborto

Ricardo Campos Jr. | 05/09/2015 10:10
Católicos da Capital já praticavam pregação do Papa Francisco sobre o aborto (Foto: Arquivo)
Católicos da Capital já praticavam pregação do Papa Francisco sobre o aborto (Foto: Arquivo)

Absolvição ao pecado do aborto será estendida a todos os sacerdotes católicos, por determinação do Papa Francisco, entre dezembro de 2015 e novembro de 2016. A medida não é exatamente uma novidade em Campo Grande. Os bispos tradicionalmente detêm a função em conceder o sacramento da reconciliação nesses casos e têm autonomia para autorizar os padres de suas dioceses a fazê-lo, como ocorre na Capital e em várias cidades do país.

O padre Carlos Henrique Botura explica que por aqui a medida foi tomada por Dom Vitório Pavanello enquanto estava à frente da Arquidiocese da cidade. “O que o Papa Francisco colocou é que nesse Ano da Misericórdia se tenha um cuidado mais especial a esse respeito onde esse perdão ainda está ligado apenas aos bispos”, pontua.

A decisão do Santo Padre não significa que a Igreja Católica está mudando a opinião sobre o aborto, que continua sendo uma grave falta, tanto para quem comete como para quem apóia e executa, mas que é passível de perdão se houver arrependimento verdadeiro, que implica no compromisso de não voltar mais a cometer o erro.

“É um chamado para viver a misericórdia e isso passa pelo arrependimento. O sacramento da confissão, que nós temos na igreja, por si, já supõe que a pessoa esteja arrependida, por isso que vai se confessar. Quando a pessoa está arrependida, automaticamente é necessário que tome um propósito de não repetir aquilo. Se reconhece que foi errado, não vai repetir o erro na medida do possível”, explica o sacerdote.

O que Botura afirma está claramente explícito nas palavras de Francisco na carta em que institui a medida. “O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido, sobretudo quando com coração sincero se aproxima do Sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai”, diz o Papa.

“A mídia está tratando a situação como se fosse corriqueira, ou seja, pode abortar que vai ter o perdão, mas é isso que não se entende e a polêmica é nesse sentido. Continua sendo um pecado grave como sempre foi”, conclui.

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