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Pacientes não acreditam em lei que limita espera em 5 minutos nas UPAs

Filipe Prado | 12/01/2014 11:17
A espera deve ser de até 5 minutos, para casos de emergência (Foto: Marcos Ermínio)
A espera deve ser de até 5 minutos, para casos de emergência (Foto: Marcos Ermínio)

Mesmo com nova lei de atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), pacientes não acreditam no fim das filas nos postos de saúde e Campo Grande. A lei exige tempo de espera para atendimento de, no máximo, cinco minutos, para casos de emergência. Hoje, esse tempo supera os 20 minutos.

O motorista Joilson da Silva, 38 anos, conta que levou a vizinha até o hospital, porque ela estava para dar a luz e apresentava sangramento, mas não conseguiu atendimento porque antes tinha de ter passado por uma UPA. “Eu a trouxe para a UPA do Guanandi. Estamos aqui há cerca de 20 minutos e nada". 

Segundo ele, o atendimento é muito precário. “Só quem está morrendo, de verdade, é atendido mais rápido. Mesmo quem vem aqui com horário marcado, tem que esperar muito”, relata Silva.

Sobre a lei, o motorista não acredita que será cumprida. “Acho que não cumprem, é igual nos bancos. Dizem que vão mudar, que vamos esperar menos, mas acabam não cumprindo”, reclama Joilson.

A dona de casa Catherine Galeano, 35, afirma que já teve de esperar bem mais de 20 minutos na fila. “Aqui é tudo demorado, geralmente temos que esperar de 30 minutos à 1 hora. Esses dias vi uma senhora esperar cerca de 40 minutos para atendimento”.

Catherine está esperando atendimento para o filho, de 18 anos, que é usuário de drogas, desde o dia 30 de dezembro. Ela tenta transferir o rapaz para o Caps (Centro de Atenção Psicossocial). "Estou aqui há dez dias e não consigo atendimento. Aqui é uma situação crítica".

Mudanças - De acordo com a lei 5.258, os casos atendidos serão divididos entre emergência, muita urgência, urgência, pouca urgência, não urgência. Sendo emergência o mais grave e não urgência o menos. O tempo de espera fixadoé de, no máximo, 5 minutos para os mais graves e 4 horas para os casos sem gravidade.

Adir Constantino da Silva, 40, é um dos poucos otimistas. Ele defende a estratégia e até elogia as unidades. “Minha filha estava com dores abdominais e foi atendida rapidamente na UPA. Então acho que vai continuar bom”, comenta.

A lei entrou em vigor no dia 02 de janeiros de 2014, e as unidades de pronto atendimento terão 180 dias para se adequar a lei.

Joison não acredita que a lei funcione na prática (Foto: Marcos Ermínio)
Catherine está desesperada por atendimento para o filho (Foto: Marcos Ermínio)
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