Capital

Outras 14 famílias residem em área que teve casas destruídas por comerciante

Viviane Oliveira | 30/08/2013 16:53
Adão diz que teme em perder a casa, que construiu com muito sacrifício. (Foto: Cleber Gellio)
Adão diz que teme em perder a casa, que construiu com muito sacrifício. (Foto: Cleber Gellio)

Pelo menos 14 famílias residem na quadra 22, local onde o comerciante Gilmar Gobbi decidiu fazer “Justiça com as próprias mãos”. Na última quarta-feira o comerciante pegou uma pá-carregadeira e destruiu seis casas de invasores no Bairro Nossa Senhora Aparecida, região da Vila Nasser, em Campo Grande. 

Em reunião realizada na manhã de hoje na Defensoria Pública, o defensor Amarildo Cabral, disse que vai entrar com uma liminar na próxima semana, para assegurar o direito de posse às famílias e pedir indenização. Segundo Amarildo, Gilmar pode ser responsabilizado por crime de dano e exercício arbitrário das próprias razões e também por colocar em risco a vida das pessoas.

Na área, os moradores afirmam que não compraram o terreno de ninguém. Segundo eles, o local era tomado por mato e que foi invadido há mais de 1 ano por dezenas de famílias, que moravam de aluguel. 

O pedreiro Altair Martins Chaparro, 61 anos, mora com a esposa e o filho em uma das casas na área invadida. A pouco mais de um ano ele construiu uma casa com quatro peças no local e afirma que se perder o imóvel não tem para onde ir. “Essa casa é tudo que eu tenho hoje”, diz, acrescentando que os terrenos foram divididos no tamanho 12 por 30.

O irmão dele, Adão Olímpio, 51 anos, conta que o local era uma área verde do quartel e que foi vendida para um terceiro. A pessoa morreu e deixou vários herdeiros, mas que segundo ele, a área não tem documentação.

Em todo bairro, pelo menos 300 famílias, moram em terrenos que foram invadidos. “Um veio para cá e foi passando para outro, quando nós vimos aqui estava cheio de gente”, diz o técnico em informática Nei Gabriel Branches, 33 anos.

Com um filho de 3 anos, a esposa de Nei, Kellen Cristina da Silva, 18 anos, tem receio de ficar sozinha na casa. “Não é a primeira vez que esse homem (Gilmar Gobbi) faz isso. Esta é terceira vez que ele derruba casas aqui na região, sem contar às ameaças que ele faz. Boletim de ocorrência contra ele tem um monte”, finaliza.

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