Capital

Ordem para jogar granada em base da PM saiu de presídio

Nyelder Rodrigues e Viviane Oliveira | 05/12/2012 00:30
Na foto, os dois presos pelo Cigcoe por causa do atentado. Na esquerda, com a camisa da Argentina, Roberto Félix. Já na direita, de vermelho, Luan Ângelo (Foto: Nyelder Rodrigues)
Na foto, os dois presos pelo Cigcoe por causa do atentado. Na esquerda, com a camisa da Argentina, Roberto Félix. Já na direita, de vermelho, Luan Ângelo (Foto: Nyelder Rodrigues)

Dois jovens foram presos esta noite (4) e apresentados como os autores do atentado contra o Pelotão da Polícia Militar (PM) no bairro Moreninhas, em Campo Grande, na terça-feira (27) da semana passada.

Luan Ângelo da Silva Negreiros Martins, de 18 anos, é apontado como a pessoa que lançou a granada no pelotão. Ele revelou durante a prisão que a ordem do atentado partiu de dentro do Presídio de Segurança Máxima, para o pagamento de uma dívida de seu irmão, que está detido no local após ter matado o pai.

Conforme o comandante do Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), major Marcos Paulo Gimenez, os dois presos moram nas Morerinhas. Primeiro foi preso Luan, e depois Roberto Félix Acunha Barboza Ferreira, de 20 anos, apontado como quem conseguiu a granada.

Roberto Félix teria conseguido o explosivo com um interno da Colônia Penal da Gameleira, que também foi quem forneceu a motocicleta Biz usada durante o atentado. Ele ficou em posse da granada por três dias, e pai, mãe e avó dele teriam manuseando acreditando ser um enfeite de Natal.

Tanto o interno da Gameleira, que forneceu a granada, como o irmão de Luan, preso na Máxima, não tiveram o nome revelado. A pessoa que conduzia a moto para que Luan jogasse o explosivo ainda está foragida. Acredita-se que seja um adolescente de 17 anos.

Luan Ângelo e Roberto Félix foram detidos pelo Cigcoe, e levados para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). De acordo com o major Marcos Paulo, as prisões são resultado das operações especiais feitas na região das Moreninhas, e que possivelmente se estenderão por toda Capital.

Envolvimento com a facção criminosa PCC – Apesar de ter partido do interior de um presídio do Estado, onde a facção paulista criminosa também tem internos detidos, o major descartou o envolvimento com o PCC e com os atentados acontecidos em São Paulo e Santa Catarina, e classificou a ação como oportunista.

Moto queimada – A moto encontrada queimada na estrada da Gameleira, identificada como a usada no crime, ajudou na busca pelos autores e demais envolvidos. Duas pessoas colocaram fogo na Biz, uma delas, Luis Felipe Chaves, de 20 anos, que se apresentou à polícia nesta terça-feira (4).

Major Marcos Paulo descartou a possibilidade de que o atentado tenha ligação com a organização criminosa PCC (Foto: Nyelder Rodrigues)

Luis Felipe contou à polícia que no dia do atentado dois amigos responsáveis pelo ataque chegaram na casa dele e pediram para deixarem a moto lá. Ao perguntar o que havia acontecido, os dois disseram que ele ficaria sabendo no outro dia pelos jornais.

Desesperado ao ficar sabendo do caso, o amigo chamou outro colega, foram até a estrada da Gameleira e colocaram fogo na Biz. O interno do semiaberto da Gameleira, que foi quem forneceu a moto, cobrou ela pois “era quente”, com chassi regularizado e atrairia atenções.

Quando o preso no semiaberto foi atrás da moto, ele disse que havia queimado e fez um empréstimo de R$ 2 mil para comprar uma nova moto, fazendo a devolução. Ele teria sido ameaçado. A moto foi encontrada pelo Cigcoe abandonada em uma casa e também levada para o Garras. Os dois responsáveis pela queima da moto vão responder pelo crime de ocultação de provas. 

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