Capital

Operários “dobram” jornada, mas frustam ao não recolher todo o lixo

Alan Diógenes | 23/09/2015 18:07
Mesmo dobrando o número de viagens, funcionários não conseguem colocar coleta em dia. (Foto: Gerson Walber)
Mesmo dobrando o número de viagens, funcionários não conseguem colocar coleta em dia. (Foto: Gerson Walber)

Apesar de estar trabalhando até 2h30 a mais do que o expediente normal, os operários que fazem a coleta de lixo em Campo Grande não estão conseguindo recolher todo o lixo acumulado durante a greve da Solurb. A população que almeja retirar de casa os sacos de lixo, que exalam forte odor, ficou frustada com a coleta em ritmo “lento”.

Um dos operários, Marcos Fernando dos Santos, 29 anos, disse que sua equipe está trabalhando “1 semana em um 1 dia”, mesmo assim não consegue colocar em dia a coleta. “Ficou muitos dias parada a coleta e o lixo acumulou. Em poucas viagens o caminhão já está cheio e temos que ir ao lixão descarregar”, explicou.

Já o coletor Leandro Silva, 28, destacou as dificuldades que os funcionários da empresa estão enfrentando. “Ficou meio puxado o serviço. Antes entrávamos 7h30 e saíamos 13h30, agora estamos saindo 15h. Sem falar que o acúmulo de lixo gerou mal cheiro e está incomodando muito”, destacou.

O motorista de um dos caminhões da empresa, Antônio Jorge, afirmou que o número de viagens dobrou devido à grande quantidade de lixo. “Antes eram apenas uma viagem, agora são duas em um dia. O caminhão sai com mais de 10 toneladas de lixo. Estamos fazendo assim, vamos em um bairro colhemos o podemos e depois de três dias retornamos no mesmo bairro para concluir a coleta”, comentou.

O eletricista Luiz Carlos da Silva, 49, morador do Jardim Los Angeles, contou que nesta quarta-feira (23) foi a primeira vez que o caminhão passou no bairro. “O lixo já está acumulado há 16 dias, desde o início da greve. Estava guardando no quintal, mas o mal cheiro estava insuportável”, mencionou.

A diarista Heloísa Viana, 34, disse que escuta muitos reclamarem nas feiras e mercados do bairro. “Todo mundo reclama que tem muito lixo. Quando anoitece e venta o mal cheiro é pior. Tem gente que coloca fogo, aí piora ainda mais com esse tempo seco”, apontou.

A comerciante Maroiza Inácio, 53, defende os funcionários da empresa de coleta. “Tem gente que não entende que é muita gente fazendo lixo e pouca gente para recolher. Eles estão fazendo o trabalho deles, mas se não tivessem, aí sim seria motivo para reclamar”, concluiu.

Nova greve - A coleta de lixo em Campo Grande pode ser suspensa novamente, agora por causa do atraso na liberação da cesta básica e o ticket alimentação. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação, Wilson da Costa, os trabalhadores realizam assembleia nesta quinta-feira (24) às 7h, no pátio da CG Solurb, para decidir se paralisam as atividades ou se aguardam o posicionamento da concessionária.

A Solurb informou que as cestas básicas serão distribuídas amanhã. Já o ticket alimentação será depositado no começo da semana que vem. Eles alegam que o atraso foi de responsabilidade do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que não repassou à empresa o valor depositado judicialmente para a aquisição dos benefícios.

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