Capital

Operação sigilosa quer identificar "encoxadores" no transporte coletivo

Graziela Rezende | 09/04/2014 09:06

Para coibir o crime daqueles que se favorecem do “uso do coletivo”, cometendo abusos sexuais em ônibus de Campo Grande, a Polícia Civil faz uma operação sigilosa nestes locais. À paisana, investigadores estão em busca dos chamados “encoxadores”, que inclusive gravam imagens e posteriormente publicam na internet, conforme a delegada adjunta da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Marília de Brito.

“Com a presença dos investigadores, temos um percentual alto de elucidação destes casos, em que a pessoa se favorece de um coletivo cheio para cometer os abusos. No entanto, ainda precisamos contar com o apoio da população, que deve denunciar no exato momento em que eles perceberem algo de errado. É só acabando com o individualismo e a passividade que também vamos acabar com estes crimes”, afirma a delegada.

No último caso registrado na delegacia, em que um acadêmico de psicologia filmou as partes íntimas de uma jovem na sorveteria, a delegada diz que não houve nenhuma denúncia, somente após o autor ter saído da sorveteria.

“Todo mundo tem mãe, filhos e sabe que é inaceitável esses atos libidinosos contra a mulher. Muitos presenciaram a cena e a denúncia só ocorreu depois, pela vítima, algo semelhante com o que vem ocorrendo em locais de transporte público. Então estamos trabalhando para coibir este tipo de ação”, comenta a delegada.

Indiciamento – Há 13 dias, o estudante Willian Santos Rodrigues, 33 anos, foi indiciado por abuso sexual. Ele disse que tirou fotos e filmou as partes íntimas da vítima para satisfazer um desejo momentâneo.

Assim que o autor saiu, funcionários do comércio disseram que o homem aproveitou que ela estava de saia e também distraída para cometer o abuso. Chocada, a menina foi até a delegacia.

Entre os crimes previstos, a pessoa que realiza este tipo de filmagem pode responder por tentativa de estupro, violência sexual mediante fraude e até mesmo importunação ofensiva ao pudor.

“Tarado do 087” – Já em agosto do ano passado a Polícia prendeu um homem acusado de abusar de pelo menos 15 mulheres dentro do ônibus de transporte coletivo 087, que faz a linha T. Guaicurus/T. Gal. Osório.

As investigações para prender Lucimário Luiz da Silva, 34 anos, começaram um mês antes, depois que uma das vítimas procurou a delegacia para registrar boletim de ocorrência. Na delegacia, ele que não possuía antecedentes e se mostrou muito arrependido, foi indiciado pelo crime cuja pena máxima era de seis anos de reclusão.

Nas grandes capitais - Recentemente, a Polícia de São Paulo e do Rio de Janeiro instaurou inquéritos para apurar a ação de criminosos que assediam mulheres no transporte público, filmando e propagando as imagens na internet.

O fenômeno é conhecido como “froteurismo”, que significa esfregar-se em outra pessoa, sendo que os autores ficaram conhecidos nessas cidades como “encoxadores”.

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