Capital

Ônibus que deveria combater tráfico de drogas está parado há um ano

Natalia Yahn | 19/01/2016 11:00
Ônibus equipado com 7 câmeras fica estacionado na sede da Guarda Municipal, no Bairro Aero Rancho. (Foto: Marcos Ermínio)
Ônibus equipado com 7 câmeras fica estacionado na sede da Guarda Municipal, no Bairro Aero Rancho. (Foto: Marcos Ermínio)

Parado há pelo menos um ano, o ônibus que deveria servir como unidade de monitoramento do projeto “Crack, é possível vencer” na região da Vila Nhá Nhá, em Campo Grande, não tem previsão de deixar o estacionamento. O veículo, cheio de equipamentos que poderiam ser utilizados em serviços de segurança pública, foi repassado à Prefeitura pelo Ministério da Justiça.

Enquanto o representante do Sindicato dos Guardas Civis Municipais, Hudson Bonfim, afirma que o veículo foi entregue em dezembro de 2014, o comandante Marcos CesarEscanaichi, diz que o ônibus chegou no primeiro semestre de 2015. “Eu não sei precisar, mas foi entre abril e junho do ano passado”, disse Escanaichi.

A burocracia para documentar os veículos foi a justificativa dada para que o ônibus, dois carros e duas motos – todos fazem parte do mesmo projeto –, ainda estejam fora de operação.

“Recebemos o termo de doação do Ministério da Justiça somente na segunda quinzena de dezembro de 2015. Não podemos transitar sem placas. Mas ontem (18) foi feita a vistoria nos dois carros e nas duas motos, e tão logo sejam emplacados e licenciados vão estar na atividade sim”, afirmou o comandante.

Mas, o uso dos veículos é outro ponto em discussão, pois deveriam atender apenas o projeto, que também não tem previsão de início. “A segunda etapa seria a instalação das câmeras de videomonitoramento, mas em virtude da crise financeira, teremos adaptações”, disse Escanaichi.

A principal mudança no projeto é o uso da tecnologia para transmissão de dados. “O ônibus pode transmitir e receber informações por fibra óptica, mas a região da Nhá Nhá não é dotada, então vamos ter que mudar para que seja via rádio. Na semana passada estive em Brasília (DF) para discutir isso e disseram que vão priorizar Campo Grande, pois aqui será o projeto piloto desse tipo de transmissão”, explicou o comandante da Guarda Municipal.

Em novembro de 2015 o ônibus foi "apresentado" na Praça Ary Coelho. (Foto: Marcos Ermínio)

Mato Grosso do Sul aderiu ao projeto “Crack, é possível vencer” julho de 2012, mas até agora nenhuma ação efetiva está em funcionamento. Na Capital, além da Vila Nhá Nhá, outros três bairros – Guanandi, Marcos Roberto e Taquarussu – também deveriam receber o monitoramento. A escolha da região, de acordo com a Guarda Municipal, foi feita por uma pesquisa, que identificou as regiões com maior estatística de uso e venda de entorpecentes.

“Foi um levantamento da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas). Nossa preocupação é que o bairro onde o projeto vai funcionar é violento, e os guardas não podem estar desarmados. Por isso foi aberto processo de armamento, e os 48 guardas que vão atuar lá terão essa garantia”, explicou Hudson Bonfim.

Lançamento – No dia 17 de novembro do ano passado o ônibus e os outros veículos do projeto foram “apresentados” na Praça Ary Coelho, no centro da Capital. Ao todo são 29 câmeras, sete delas acopladas no próprio veículo e o restante espalhadas nas ruas dos bairros.

Quatro câmeras são instaladas no próprio veículo do lado de fora, enquanto outras duas do lado de dentro e uma no topo de uma antena do automóvel. Também no interior do ônibus existe dez telas monitoradas, onde devem atuar quatro guardas municipais.

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