Capital

Obras na voçoroca do Parque dos Laranjais terão investimento de R$ 1,9 milhão

Fernando da Mata | 03/02/2012 14:49

Enquanto os trabalhos não começam, moradores do bairro reclamam dos transtornos causados pela erosão

Voçoroca e mato tomaram conta da rua Pororoca, no Parque dos Laranjais  (Foto: Marlon Ganassin)
Voçoroca e mato tomaram conta da rua Pororoca, no Parque dos Laranjais (Foto: Marlon Ganassin)

Rua Pororoca, via localizada no Parque dos Laranjais que há anos foi ‘engolida’ por uma voçoroca e causa muitos transtornos aos moradores. O local, na região nordeste de Campo Grande, foi tomado pelo mato e virou depósito de lixo e entulho, além de, em dia de chuva, ficar alagado. Até postes de energia foram derrubados pelas erosões.

Um dos que reclamam do problema é o aposentado José Gilberto da Silva, 62 anos, morador da rua Joaquim Lacerda, que termina na Pororoca. “Caiu até cadeirante e carro nessa voçoroca. O pessoal do bairro está sendo prejudicado”, afirmou enquanto mostrava a cratera à reportagem do Campo Grande News.

Silva detalhou o drama dos moradores quando a voçoroca enche de água. “Quando a água vem, passa por cima da manilha, enche a rua e entra nas casas.”

Um dos locais atingidos é o comércio e a casa de Dalaor Carrilho Arantes, 43 anos, localizada na rua Imbirussu. O comerciante teve que improvisar para não ter o estabelecimento invadido pela água.

“A manilha não vence, entope. Então eu tive que fazer uma mureta na frente para água não entrar. Aqui vira um mar quando chove”, lamentou Arantes.

O problema na rua Pororoca está com os dias contados, segundo a Prefeitura. Cerca de R$ 1,9 milhão serão investidos para obras de drenagem e manejo de águas pluviais. A ordem de serviço já foi assinada pelo prefeito Nelson Trad Filho, mas as obras ainda não começaram.

Parte da voçoroca na esquina com a avenida Presidente Vargas (Foto: Marlon Ganassin)

O projeto prevê implantação de drenagem a partir da rua Dr. Miguel Vieira Ferreira. A rede passará por dentro de uma chácara e pela rua Pororoca até desembocar no córrego Imbirussu. Resolvido o problema, o leito da rua que hoje está tomado pelo mato será recomposto.

O proprietário da chácara, Joaquim de Paula Ribeiro, 70 anos, contou ao Campo Grande News que uma faixa de 1.139 m² foi separada para a realização da obra.

“Eu não vou poder construir na área, mas ela permanece minha”, afirmou o aposentado, informando ainda que recebeu cerca de R$ 28 mil para ceder parte do terreno, que agora passa ser área de servidão, no termo jurídico.

“Isso [voçoroca] de alguma forma desvaloriza o bairro, então eu cedendo a área, ajuda a valorizar. Afinal, eu também sou um dos responsáveis pelo progresso da cidade”.

Ribeiro garantiu ainda que, futuramente, a área provavelmente será desapropriada para prolongar a Pororoca até a Dr. Miguel Vieira Ferreira.

A voçoroca surgiu nesta região - início da rua Pororoca e fim da avenida Presidente Vargas - porque neste local desemboca toda a enxurrada que desce de bairros como o condomínio Paineiras, Azaléia, Vila Oeste e Santa Luzia.

Em azul, toda a extensão da rua Pororoca, que está tomada pela erosão; em vermelho, trecho de chácara por onde vai passar galeria de água (Foto: Reprodução/Google Maps)

Outras erosões - Outro endereço com erosão é a rua Spipe Calarge, Vila Morumbi, em frente ao lago artificial do Rádio Clube Campo, que está assoreado. Quando chove forte, o trecho da rua fica alagado. No local, passa o córrego Bandeira.

A Prefeitura já tem projeto para desassorear o lago, para fazer drenagem e pavimentação de vias nas Vilas Morumbi e Carlota e para recompor a erosão. De acordo com a prefeitura, o material retirado do lago será usado para extinguir a cratera. As obras estão previstas para começar a partir de março.

No Parque do Sóter, região norte de Campo Grande, uma erosão engoliu parte da pista de caminhada e um poste de iluminação foi parar no buraco na semana passada. Enquanto as obras de reparo não começam, o local está interditado.

Cratera no leito do córrego Bandeira, ao lado da rua Spipe Calarge (Foto: Fernando da Mata)
Erosão no Parque do Sóter que engoliu parte da pista de caminhada (Foto: Fernando da Mata)
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