Capital

Obras de postos quase prontas são frustração completa em bairros

Aline dos Santos | 11/04/2016 13:32
No Oliveira 1, posto de saúde 97% pronto tem entrada de tapumes. (Foto: Fernando Antunes)
No Oliveira 1, posto de saúde 97% pronto tem entrada de tapumes. (Foto: Fernando Antunes)
No muro da UBSF do Oliveira, pichação pergunta por saúde. (Foto: Fernando Antunes)

Num terreno meio posto de saúde meio campinho de futebol, a UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do bairro Oliveira 1, em Campo Grande, é uma obra inacabada e uma frustração inteira. No local, com fachada de tapume e muro pichado com a dúvida “Saúde, cadê?”, reinava o silêncio na manhã desta segunda-feira (dia11). De acordo com o Conselho Municipal de Saúde, a obra está, em tese, 97% pronta e com custo de R$ 1,3 milhão.

No entorno, predomina a descrença quanto à conclusão do imóvel, paralisado desde 2013. “Acho que estão esperando a época de pedir voto”, afirma o vigilante Ramon Mondregório Soarez, 55 anos, que há mais de uma década mora no bairro Oliveira.

Segundo ele, o “pacote” incluía o prédio da UBSF e asfalto nas ruas próximas. Mas, segue caminhando na estrada de terra e esperando a conclusão da obra. “Só tem um rapaz que vem à noite e acende a luz”, diz, sobre a paralisia do local.

Conforme Ramon, os moradores precisam ir no Caiçara quando precisam de atendimento ambulatorial. O morador Igor Bucinsky dos Santos, 18 anos, relata que a obra começa e para. “Já teve até gente que trabalhava na obra e morava aí”, diz.

De acordo com Sebastião Júnior, coordenador da mesa diretora do Conselho Municipal de Saúde, a obra foi lançada em 2011. “Isso nos deixa triste. Uma obra 97% concluída e parada desde 2013”, salienta.

"Acho que estão esperando a época de pedir voto", diz Ramon. (Foto: Fernando Antunes)
Ana Paula conta que obra de posto no Azaléia está parada há três anos. (Foto: Fernando Antunes)

Soneca - Conforme cronograma da prefeitura, a UBSF do Jardim Azaléia está 98% pronta. Mas na rua Riverside, os moradores contam que os 2% restantes se arrastam por ano. “Está parado há uns três anos. Não adianta nada morar aqui em frente, é só uma construção”, afirma Ana Paula Azevedo, 30 anos.

Quase em frente de sua casa, o posto tem portões fechados com cadeado, enquanto o mato cresce pelo terreno. Do lado de dentro, apenas um paciente gato “tirava” a soneca matutina. “E faz um tempão que isso aqui está pronto”, afirma Suely Fortini.

Conforme o Conselho de Saúde, o prédio vai substituir a unidade Nossa Senhora das Graças, que funciona em prédio alugado. Com ordem de serviço assinada em agosto de 2012, a previsão sera investimento de R$ 1 milhão. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura para saber se há previsão para retorno das obras.

Posto do Azaléia está 98% pronto, mas fechado com cadeado. (Foto: Fernando Antunes)
Nos siga no