Capital

Obra de 80 milhões de dólares prevê novas barragens em três córregos

Projeto engloba Imbirussu, Segredo e Cascudo. Ontem, Campo Grande registrou 104,7 milímetros de precipitação

Aline dos Santos | 27/02/2019 09:39
Impactada por águas do Segredo e Cascudo, Rachid Neder foi tomada por alagamento ontem. (Foto: Direto das Ruas)
Impactada por águas do Segredo e Cascudo, Rachid Neder foi tomada por alagamento ontem. (Foto: Direto das Ruas)

A busca da prefeitura de Campo Grande por 80 milhões de dólares é para construção de barragens em três córregos: Imbirussu, Segredo e Cascudo. Ontem, mais uma vez, a chuva intensa, que chegou a 104,7 milímetros num único dia, trouxe o cenário de caos, principalmente, as margens dos córregos.

Num efeito dominó, os cursos de água foram transbordando. No último dia 13 de fevereiro, moradores da Vila Popular, na saída para Aquidauana, enfrentaram enchente que chegou a altura do peito.

Na tentativa de amortecer as águas, a administração municipal busca recursos na CAF (Corporação Andina de Fomento) para financiar os projetos. “Mandamos para lá o projeto funcional, um estudo com os locais onde você precisa das obras e estima um valor”, explica o secretário adjunto da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Ariel Serra.

De acordo com ele, os recursos serão para custear barragem no Imbirussu, cujo transbordamento afeta a Vila Popular; uma terceira barragem no córrego Segredo, que impacta no cruzamento das avenidas Rachid Neder e Ernesto Geisel, cenário de carros arrastados pela enxurrada ontem; e no Cascudo, na região do São Francisco, que também leva suas águas para o córrego Segredo.

As duas barragens existentes no córrego Segredo têm capacidade para reter 30 mil metros cúbicos de água, conforme divulgado em 2017 pela prefeitura de Campo Grande. 

Foto de 2011 registra alagamento na Via Parque. (Foto: Direto das Ruas)
Em 5 de dezembro de 2015, cena volta a se repetir. (Foto: Direto das Ruas)
Adivinhe? Lago invade Via Parque de novo, desta vez em 26 de fevereiro de 2019. (Foto: Direto das Ruas)

A reportagem questionou se as barragens serão no modelo do córrego Sóter, mas, conforme Ariel Serra, esse detalhamento só será feito quando forem elaborados projetos executivos, que dependem da liberação do financiamento. No córrego Cascudo, que corre tubulado, a barragem será fora do curso de água.

Expectativa – Responsável pela Coordenadoria Especial da Central de Projetos, Catiana Sabadin explica que o pedido de financiamento à Corporação Andina de Fomento, que custeia projetos na América Latina, foi feito no ano passado, mas a prefeitura precisaria melhorar a arrecadação para que os recursos sejam aprovados.

“Temos que melhorar a capacidade de pagamento. Estamos aguardando o fechamento dos balanços, no final de março, para remeter ao governo federal”, afirma Catiana. A partir dos dados, o Ministério do Planejamento define as notas para operações de créditos e a administração municipal fará nova tentativa de empréstimo.

De acordo com a coordenadora da Central de Projetos, as obras para amortecimento das águas são intervenções para a macrodrenagem em Campo Grande. A prefeitura também vai fazer um cadastro de drenagem, para identificar a rede instalada no município e definir ações de manutenção e expansão.

Parque das Nações – Na terça-feira, o córrego do lago do Parque das Nações Indígenas extravasou e invadiu a Via Parque. O Campo Grande News questionou o secretário adjunto da Sisep, Ariel Serra, o motivo de a prefeitura ter desistido do piscinão na avenida Hiroshima, perto da avenida Mato Grosso, no Carandá Bosque. Lembrando que ao longo dos anos o Poder Executivo apresentou a obra como solução para o alagamento no parque.

Ariel Serra refutou a informação e reclamou de forma veemente da qualidade das matérias do Campo Grande News, citando a divulgação de texto sobre problemas nos viadutos. Após essa reportagem, a prefeitura criou comitê para fiscalizar pontes e viadutos, iniciando também ações para reforço dos pilares de sustentação.

Manhã é de limpeza na Ernesto Geisel, perto da Rachid Neder. (Foto: Henrique Kawaminami)
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