Capital

Prefeitura apresenta Orla Ferroviária como alternativa de valorização do Centro

Marcio Breda e Ítalo Milhomem | 24/02/2011 21:58
Prefeito Nelsinho Trad apresenta projeto a moradores nesta quinta. Foto: João Garrigó
Prefeito Nelsinho Trad apresenta projeto a moradores nesta quinta. Foto: João Garrigó

O leito dos trilhos que passam pelo Centro de Campo Grande, desde a Morada dos Baís, na Avenida Afonso Pena, até a Mato Grosso, deve começar a ganhar uma cara nova a partir de abril, quando a prefeitura inicia as obras da Orla Ferroviária.

Nos mesmos moldes da Orla Morena, o local irá reunir alternativas de diversão a um novo tipo de comércio, que irá explorar o lado histórico de Campo Grande.

Nesta quinta-feira (24) o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) fez o lançamento do projeto e discutiu com moradores e comerciantes da região como funcionará a Orla. Quem decidir aproveitar o imóvel para abir bares, restaurantes ou espaços culturais, será inserido no Prodes, programa de isenção de impostos.

A idéia é fazer do local um corredor cultural de 900 metros que funcionará 24 horas e que irá utilizar a história da Capital como pano de fundo.

Não haverá acesso de carros e o comércio deve mesclar bares e restaurantes com a venda de produtos típicos e de comunidades que contruiram Campo Grande, como japonesa e árabe.

O trilho será preservado como artigo histórico e será construída uma ciclovia. Serão investidos R$ 3.9 milhões, recursos financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em obras de urbanização, paisagismo e mobiliários de lazer.

De acordo com a prefeitura, os proprietários das proximidades da Rua Calógeras terão cerca de um mês para nivelarem o fundo das casas e comércios com a Orla Ferroviária, porque depois desse prazo, nenhuma alteração poderá ser feita nas fachadas que ficam ao longo da orla.

Durante as obras representantes da Planurb, do Sebrae/MS, da Câmara de Dirigentes Lojistas e da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande darão suporte aos comerciantes para novas idéias. Porém, o resgate da história do Centro será levado em conta na avaliação dos novos comércios.

Prospecto da Orla. Divulgação: Prefeitura

Dúvidas – Apesar do projeto já estar garantido, moradores e comerciantes da região ainda não foram notificados pela prefeitura quanto às desapropriações. Serão necessárias dez, para que os imóveis deem lugar aos projetos de lazer e estrutura.

Segundo Elton Leal Loureiro, de 33 anos, advogado, seu comércio tem 48 metros de fachada para a Orla e pode ser um dos que sofrerão intervenção. Mas ele ainda não tem certeza. “Nós não fomos informados. Sabíamos que algo seria feito, mas não o que era, por isso viemos”, explica.

A maior dúvida dos proprietários é quanto ao pagamento da desapropriação. Como a área da Calógeras passa por um processo de desvalorização, eles temem que o preço seja baixo comparado aos valores que podem chegar após as obras.

De acordo com a diretora-presidente do Planurb, Marta Lúcia da Silva Martinez, a notificação feita aos proprietários das áreas desapropriadas é um processo demorado. Porém, uma lista de imóveis que serão utilizados está disponível na Rua Helio de Castro Maia, 279.

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