Capital

Novo protesto de motociclistas ganha apoio de moradores contra racismo

Homem é suspeito de se referir a motoentregador com palavras de cunho racista

Liniker Ribeiro e Clayton Neves | 30/10/2020 16:01
Valéria Ferro, de 55 anos, é moradora e se sensibilizou com relato de vívido por trabalhador em seu condomínio (Foto: Kísie Ainoã)
Valéria Ferro, de 55 anos, é moradora e se sensibilizou com relato de vívido por trabalhador em seu condomínio (Foto: Kísie Ainoã)

Grupo de motoentregadores voltou a protestar em frente ao condomínio da Rua 14 de Julho, onde morador é suspeito de ter proferido palavras de cunho racista contra o trabalhador Edimar de Oliveira Peres de Souza, de 29 anos, durante entrega de refeição. A manifestação desta tarde (30) ganhou apoio de pessoas que moram no condomínio e afirmam estar “100%” com a vítima

Pessoas como a digital influencer Valéria Ferro, de 55 anos. Com os olhos cheios de lágrimas, a moradora procurou pelo trabalhador em meio aos mais de 60 motoentregadores que participaram do protesto, com a intenção de demonstrar apoio.

“Estou aqui para pedir perdão em nome dos moradores do condomínio. Nós estamos 100% com eles, eles estão certos”, afirmou ao avaliar como positiva a manifestação. “Não é possível que, ainda nessa época, tenha gente que olhe para cor de pele. Isso é muito triste, por isso vim aqui prestar apoio”, afirmou.

 

Grupo de motociclistas que participoui de manifestação esta tarde foi maior (Foto: Kísie Ainoã)

E, segundo funcionário que pediu para não ser identificado, a opinião de Valéria é compartilhada entre outras pessoas que moram no local. “É consenso a revolta com o morador”, garantiu.

Edimar não esteve presente no segundo protesto do dia, mas foi representado por dezenas de motoentregadores.

“É revoltante, porque nossa classe sempre está à disposição para servir o cliente, faça chuva ou faça sol. Por isso, merecemos ser tratados com respeito e sermos valorizados. A gente nunca espera que aconteça esse tipo de coisa”, ressalta Rafael Cristaldo, de 24 anos, um dos trabalhadores responsáveis pela organização das manifestações.

O caso – Em vídeo gravado por testemunha, o morador do condomínio aparece revoltado e conversando de forma agressiva com o trabalhador. A cena teria sido registrada após o cliente de um restaurante de comida japonesa afirmar que o motoentregador “além de preto é lerdo”, conforme boletim de ocorrência registrado pela vítima.

Pela manhã, o Campo Grande News esteve no local e tentou conversar com o morador, mas não foi possível. Pessoas que moram no condomínio afirmara, agora no período da tarde, que o homem saiu após chamar motorista de aplicativo e ainda não retornou. 

A reportagem também entrou em contato com a empresa de entregas de refeições usada pelo morador e aguarda posicionamento. 



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