Capital

No dia do santo que junta pessoas, histórias revelam que casar continua na moda

Aline dos Santos | 13/06/2011 12:18
Após 32 anos de união, Vilma e Francisco se casaram na igreja.
Após 32 anos de união, Vilma e Francisco se casaram na igreja.

Depois de namoro às escondidas, fuga, três filhos e duradouros 32 anos de união, Vilma Coelho Penze Menezes, de 48 anos, se viu diante de um padre, prestes a dizer sim.

O casamento na igreja foi celebrado no último dia 25 de maio. No tradicional Mês das Noivas, a benção religiosa coroou o amor entre Vilma e Francisco de Assis Menezes, de 57 anos.

Marcada por percalços e superação, a história do casal começou em 1978. “Tinha 13 anos quando conheci meu marido. Mas me achava muito nova para namorar. Mas um ano depois, em 1978, começamos a namorar”, recorda Vilma.

Rotulado de “homem do mundo”, Francisco logo ganhou a desaprovação do pai da garota. “Meu pai era do tipo antigo, e achava meu namorado moderno”.

Mas a proibição não significou rompimento. O namoro escondido passou a ser em ritmo de aventura.

Foram dois anos correndo para fugir de flagrantes e tentando ludibriar os parentes. “Minha mãe vinha atrás e eu saía correndo, pulava muro”, conta Vilma, rindo das traquinagens do primeiro amor.

Mas nem tudo era diversão. “Meu pai juntou uns parentes e deu uma surra em mim e no meu namorado. Fiquei mais de uma semana com dores”, relata. Diante da rigidez da família, veio a decisão de fugir. “Era dia 29 de maio de 1979. A gente tinha terminado, mas ele me chamou de volta e propôs a fuga”.

Vilma conta que foi até sua casa, pegou algumas roupas e saiu pela porta da cozinha. No afobamento, deixou o registro de nascimento cair na soleira da porta. A fuga do casal, que morava em Bandeirantes, começou a pé.

“Lembro como se fosse hoje. Passamos num posto e perguntamos a hora. Eram 9h20 da noite”, relata. O casal conseguiu carona. Francisco foi até a firma onde trabalhava, perto de Rio Verde, para pegar dinheiro.

Nervoso, repetia aos conhecidos que havia “roubado” uma mulher. A primeira noite foi num hotel de beira de estrada. O casal foi para Rio Verde, morou em Campinas e está de volta a Bandeirantes. Vilma fugiu aos 16 anos, mas só conseguiu casar no civil aos 21 anos, pois o pai se negava a dar a autorização para o casamento.

Neste ano, o casal precisava se casar na igreja para batizar um sobrinho e Francisco fez surpresa. “Faltando três dias, ele disse que a gente ia casar. Achei que o padre ia chamar gente no canto e dar a benção. Mas foi um casamento normal”.

Conforme dados do IBGE, datados de 2009, dizer “sim” foi a opção de 13.488 casais de Mato Grosso do Sul. Das uniões, 82,7% foram entre solteiros; 5,2% entre divorciada e solteiro e 8,4% entre divorciado e solteira. O menor número foi de celebração entre divorciado, que corresponde a 3,6%.

Tudo novo, de novo – Recomeçar uma vida a dois após passar por separação foi o caminho trilhado há cinco anos por Zilda Silva Barbosa, de 51 anos. Ela conheceu o atual marido, Manoel Francisco Gonçalves, de 54 anos, há duas décadas atrás.

“Éramos conhecidos e nos aproximamos depois que ambos separamos. A gente começou a se encontrar, tinha a carência minha e a dele. Passamos a nos gostar e resolvemos casar”, conta.

Para Zilda, a segunda união está sendo bem melhor. “É completamente diferente. A gente está mais maduro, mais preparado e lida melhor com os problemas”, enfatiza.

Ela lembra que o primeiro passo é o mais difícil, devido às experiências já vividas é preciso vencer a desconfiança diante de um novo relacionamento.

Príncipe – Neste feriado de Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro, centenas de pessoas foram à igreja em busca de uma das 360 alianças espalhadas em um bolo de nove metros e 750 quilos.

Na fila, a manicure Vanessa Pereira, de 27 anos, busca o príncipe encantado. “Vim em busca de um casório”. O alvo é um rapaz cheio de qualidade. “Ele é romântico, cuidadoso, cavalheiro e ainda cuida bem da mãe”.

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