Capital

No Dia de Finados, ambulantes garantem renda extra

Ao redor dos cemitérios há comércio de flores, velas, bebidas e salgados

Nadyenka Castro e Viviane Oliveira | 02/11/2012 09:40
José mostra flor confeccionada pela esposa. (Fotos: Rodrigo Pazinato)
José mostra flor confeccionada pela esposa. (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Ângela e o resultado do trabalho em família para garantir renda extra.

O cenário é sempre o mesmo no Dia dos Finados: Cemitérios lotados de visitantes e ao redor deles, muitos ambulantes. Estes deixam o trabalho do dia-dia de lado para garantir renda extra com venda de flores, velas, salgados e bebidas. Eles afirmam que vale a pena trocar o dia de folga para trabalhar um pouco mais.

No cemitério Santo Amaro, o maior de Campo Grande, os ambulantes vendem de tudo um pouco. Para homenagear os mortos, a maioria das flores à venda são artificiais.  

Um exemplo é a banca de José Rodrigues Peixoto, 49 anos. Socorrista do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ele aproveitou a folga desta sexta-feira para vender as flores de EVA que a esposa confecciona. 

A R$ 15, José garante que vale a pena o esforço e que o importante é não sobrar nada. “O critério é abordar todas as pessoas e oferecer preço bom. Se o cliente pede desconto a gente dá um jeito”. Ele conta com ajuda do vizinho nas vendas.

Ângela Maria Silveira, 50 anos, é vendedora de cosméticos e há seis anos aproveita o Dia de Finados para levar um ‘dinheirinho a mais’ para casa. Perto da data, a família toda trabalha na produção de flores artificiais.

Ângela começou a vender nessa quarta-feira e considerou o movimento “meio fraco”, mas, espera lucrar mais nesta sexta. A planta que ela mais vende é a crisântemo de cor branca, natural, e também as rosas feitas pela família, que vão dentro de um copo descartável pintado.


Dona de mercearia, Rosangela levou flores e bebidas.

“A família toda trabalha para não ter custo e lucrar mais”, diz a vendedora. Nora de Ângela, Ana Cristina Vieira, 32 anos, deixou o trabalho de assistente administrativo e controla a ‘grana’ das vendas das flores, que custam de R$ 1 a R$ 15. Ela não revela o faturamento, mas afirma: “Vale a pena”.

Particular 
–No Parque das Primaveras, também muitos ambulantes. Só que ao contrário do cemitério público, neste a maioria das flores à venda são naturais.

Dona de uma mercearia, Rosangela Maria Oliveira montou banca de flores e bebidas. As plantas são poucas. Ela decidiu investir para ‘matar a sede’ dos visitantes. “Por causa do calor”,  justifica.

Rosangela conta que vendeu bem nessa quinta-feira e nesta sexta-feira espera lucrar ainda mais.

Daniel Mourão, 34 anos, é montador de layout, e, pelo segundo ano consecutivo, foi para a frente do Memorial Park vender salgados que a esposa faz. Ele emprestou carro do amigo e foi garantir renda extra para a família. “Qualquer dinheirinho extra vale a pena”, declara.

No ano passado ele vendeu todos os salgados que levou. Nesta sexta-feira, pretende vender 150 pela manhã e mais 100 à tarde. “As pessoas procuram alguma coisa para comer, principalmente no horário de almoço e à tarde”.

Nos siga no