Capital

“Não sabe a gravidade; pra ela foi uma história de amor”, diz tia de adolescente

Após a descoberta do paradeiro, a família do autor manteve contato com parentes da menina

Mirian Machado, Karine Alencar e Cleber Gellio | 05/05/2022 13:36
Adolescente foi encontrada e prestou depoimento na quarta-feira (4). (Foto: Direto das Ruas)
Adolescente foi encontrada e prestou depoimento na quarta-feira (4). (Foto: Direto das Ruas)

Silvana da Silva Barino, de 39 anos, a tia da adolescente que estava desaparecida e foi localizada no Paraná, após ser levada por um homem e estuprada, contou que a menina ainda não tem noção do que aconteceu e que ela está apaixonada. “Ela não sabe a gravidade da situação. Para ela, foi uma história de amor e emoção, ela está em choque e aérea ainda”, disse nesta manhã, quando a garota passaria no setor psicossocial na Depca (Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente).

Em breve relato ao Campo Grande News, a adolescente disse que conheceu João Vagner Santos Correa, de 26 anos, há cerca de 2 meses, pelo jogo Free Fire e a ideia teria sido dela de ir para a casa do suspeito. No caminho pararam em restaurante comeram e depois seguiram. “Quando a gente estava em Mundo Novo paramos em uma peixaria, aí a mãe dele falou ‘Essa menina não tem 18 anos’ ai eu menti novamente que tinha 16. Aí todo mundo ficou preocupado. No carro eles falaram ‘Ah bom, 16 não tem nada, ela pode responder por ela e continuamos, chegamos 2 h da manhã”, contou.

A menina contou que foi bem tratada na casa do suspeito. Questionada sobre a família dela,  afirmou: “Claro que pensei nelas, quando cheguei lá eu liguei pra elas”, resumiu.

Segundo explicado pela tia, a menina foi levada para Cascavel e após ter a foto divulgada na imprensa de lá afirmando que ela estava desaparecida, a mãe do autor a levou para a cidade de Toledo para tentar mandá-la para Campo Grande sozinha em um ônibus. “A mãe dele dizia que estava desesperada, que não sabia que ela tinha 13 anos, porque ela falou que ela tinha 18. Aconselhei ela a levar a minha sobrinha na delegacia”, disse.

A tia afirma que a menina não tem noção ainda do que de fato aconteceu. “Ela foi seduzida, persuadida. Com certeza ela foi instruída por ele para falar que ele não fez nada de mal, mas com a mesma calça que ela foi ela voltou, nem foi lavada. Eu disse a ela que se ele se importasse mesmo com ela, teria comprado roupas para ela, nos falado do relacionamento mesmo se ela tivesse 18 anos”, afirmou Silvana.

A família está arrasada por saber que o João Correa não está preso. “Estou angustiada. Ele está batendo na tecla dos “18 anos” e por isso foi liberado. De repente ele vai fazer isso de novo, continuar jogando, o jogo é uma rede de relacionamento também joga online com outras pessoas”, disse ainda preocupada com o prejuízo emocional que o fato trata para a vida da adolescente.

Desaparecimento- O autor, a mãe e a irmã buscaram a menina na quinta-feira (28), na Praça do Rádio Clube, em Campo Grande e pagaram R$ 1.850 na corrida.

Na primeira tentativa de embarque, João Vagner tentou levar a menina de ônibus para a cidade onde mora, Cascavel. No entanto, ela disse que os documentos estavam com a avó, com quem não tinha um bom relacionamento. 

Apesar do crime, o homem segue em liberdade. Segundo a delegada, ele vai responder por estupro de vulnerável, podendo pegar de 8 a 15 anos prisão, e subtração de incapaz, condenação que vai de 2 meses a 2 anos. Em sua ficha criminal, há suspeitas de que ele tenha passagem por outros dois crimes, sendo estupro e latrocínio.

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