Mulher é condenada por atrair vítima para "tribunal do crime" do PCC
Felipe Batista de Carvalho foi encontrado morto com as mãos amarradas às margens estrada vicinal na Capital

Thaynara Ribeiro Gomes, de 26 anos, foi condenada, nesta terça-feira (25), por cárcere privado e integrar organização criminosa e deverá cumprir 6 anos de prisão. Ainda conforme a sentença, júri popular absolveu a ré do crime de homicídio.
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Thaynara Ribeiro Gomes, 26, foi condenada a 6 anos de prisão por cárcere privado e participação em organização criminosa, após atrair Felipe Batista de Carvalho para um "tribunal do crime" do PCC, que resultou em sua execução. Outros envolvidos, Bruno Henrique Soares Ortega e Maykon Leiva Monção, já haviam sido condenados. Felipe foi acusado de se relacionar com uma menor, o que motivou a ação da facção. O caso, investigado pela DHPP, está próximo do desfecho judicial.
O julgamento ocorreu meses após a condenação de outros envolvidos no crime que resultou na morte de Felipe Batista de Carvalho.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, Thaynara foi uma das responsáveis por atrair a vítima até uma residência no Jardim Centro Oeste, onde Felipe Batista de Carvalho foi mantido em cárcere privado e submetido a um "tribunal do crime". O julgamento interno da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) resultou na execução da vítima, que foi levada a outro local e assassinada por enforcamento.
No primeiro júri, em outubro de 2024, outros dois envolvidos no crime já haviam sido condenados. Bruno Henrique Soares Ortega e Maykon Leiva Monção foram sentenciados por homicídio qualificado, cárcere privado e participação em organização criminosa.
Bruno Henrique, apontado como um dos líderes da ação, foi condenado com base na Lei 12.850/2013, que trata do comando de execuções criminosas, mesmo sem envolvimento direto no assassinato. Já Maykon Leiva Monção, identificado como um dos responsáveis pelo transporte da vítima até o local da execução, também recebeu pena pelos crimes cometidos
A investigação apontou que a vítima foi capturada sob a acusação de manter um relacionamento com uma menor de idade, o que, segundo as regras internas do PCC, resultou na determinação de sua morte. O grupo foi julgado e condenado com base nas provas colhidas, incluindo depoimentos e registros periciais.
Com as condenações de Thaynara Ribeiro Gomes, Bruno Henrique Soares Ortega e Maykon Leiva Monção, o caso se aproxima do desfecho judicial.
O caso - Felipe estava desaparecido desde o dia 17 de abril de 2022, conforme boletim de ocorrência registrado pelo pai do rapaz, Reginaldo de Carvalho Ávila. Na época, ele contou que o filho trabalhava como servente de pedreiro em uma fazenda na cidade de Anastácio, a 122 km da Capital, onde conheceu um outro rapaz identificado como Renan.
Ainda conforme registro policial, a mãe de Renan ofereceu uma vaga de emprego para Felipe trabalhar como operador de máquinas em Campo Grande. O rapaz seguiu para a Capital, mas não conseguiu a vaga prometida. Dessa forma, ele passou a morar com Renan e a sua mãe no Jardim Los Angeles, bairro do sul da Capital, ocasião em que conheceu Thaynara, que demonstrou interesse em manter relacionamento amoroso com Felipe. Porém, o rapaz não quis e passou a “se relacionar” com a filha dessa mulher, de 11 anos.
Revoltada, a mulher acionou o “comando” de uma facção criminosa para punir Felipe, pois a menina fazia uso contínuo de medicamento controlado. Sabendo dessa situação, o acusado chegou a entrar em contato com o pai dizendo que pelo ocorrido apenas “apanharia” como punição e “estaria tudo resolvido”. Mas dias depois, a mãe de Renan entrou em contato com o pai de Felipe informando que o rapaz havia sido classificado como “jack” - termo do crime para quem comete estupro - e, em razão disso, havia chances dele ser executado.
Em outra ocasião, não informada, a mãe de Renan entrou em contato novamente com o pai afirmando que o “comando” havia levado Felipe para a “cantoneira”, onde seria assassinado. Enquanto acontecia o julgamento, Bruno e Maykon eram responsáveis por cuidar o portão. Conforme o MPMS, Bruno participou da ocultação de cadáver, junto com Jamaica e Paquistão.
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