Capital

Mulher dorme em delegacia para fugir de perseguição de coronel

O casal se relacionou por dois anos e meio, não tem filhos juntos e está separados há dez dias

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 10/06/2021 09:10
Mulher teve que passar à noite na Casa da Mulher Brasileira, onde fica a delegacia, para escapar de peserguição(Foto: arquivo / Henrique Kawaminami) 
Mulher teve que passar à noite na Casa da Mulher Brasileira, onde fica a delegacia, para escapar de peserguição(Foto: arquivo / Henrique Kawaminami) 

Mesmo com medida protetiva, uma autônoma de 41 anos teve que passar a noite na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em Campo Grande para fugir de perseguição do ex-marido, coronel do Corpo de Bombeiros. 

O casal se relacionou por dois anos e meio, não tem filhos juntos e está separados há dez dias. “Ontem ele tentou abrir o portão da minha casa e me xingou de vários nomes. Fui para a residência da minha mãe. Ele me seguiu. Chamei a Guarda Municipal e eles me trouxeram para dormir aqui. Estou virando cliente da delegacia”, contou. A filha de 18 anos da vítima também dormiu no local. 

Em entrevista à reportagem nesta manhã na Deam, a vítima contou que já foi agredida três vezes pelo o ex. “A primeira vez foi no dia 17 de março do ano passado. Eu estava operada, acamada e não registrei boletim de ocorrência. Ele me deu muito tapa no rosto e bateu, por várias vezes, a minha cabeça contra a parede”, disse. 

Segundo ela, a briga foi por causa do presidente Jair Bolsonaro. “Ele é Bolsonaro roxo. Eu sou contra e dentro de casa era ele quem mandava, eu não podia opinar em nada”, lamentou. A segunda agressão foi no dia dos Pais, 8 de agosto daquele mesmo ano. "Continuamos juntos porque ele prometeu que não ia mais me agredir, mas não tem jeito. Ele é agressivo”, disse. 

A autônoma disse que tem ido com frequência à delegacia por causa das perseguições sofridas pelo ex. "No dia que eu saí de casa, ele seguiu o caminhão de mudança e descobriu o meu novo endereço”, lamentou. Ele quer voltar, foi atrás do meu avô pedindo para ele me convencer a reatar o casamento”, contou. Dessa vez mais um registro foi confeccionado e o caso segue sob investigação. 

Na Casa da Mulher Brasileira, onde fica a delegacia, são oferecidos vários serviços especializados de atendimento à mulher, como juizado; Ministério Público; Defensoria Pública; apoio psicossocial; brinquedoteca para os filhos das vítimas e alojamento de passagem, onde a autônoma passou a noite com a filha.

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