Capital

Mulher diz que matou marido porque apanhava com cabo de vassoura

Viviane Oliveira e Zana Zaidan | 12/05/2014 07:22
Tereza foi presa em flagrante por homicídio. (Foto: Simão Nogueira)
Tereza foi presa em flagrante por homicídio. (Foto: Simão Nogueira)

"Ele era muito agressivo e me batia com cabo de vassoura". O desabafo é de Tereza de Fátima Ferreira, 42 anos, presa no fim da noite de ontem (11) depois de matar o marido, João Narciso Ferreira, 54 anos, a facadas, na casa onde os dois viviam há 25 anos, na Vila Marli, em Campo Grande.

Tereza casou com João quando tinha 17 e desde então vivia apanhando. O casal tinha 4 filhos, que saíram de casa porque o pai era muito agressivo. Em 2010, João feriu um dos filhos, que foi defender a mãe das agressões. Ele chegou a ficar 3 meses detido, mas logo saiu e as pancadarias continuaram.

A mulher conta que não podia se arrumar, porque o marido era extremamente ciumento. “Mulher para ele tinha que ser escrava. O ciúme dele era doentio”, lamenta. Ela diz que apanhava de cabo de vassoura e sempre saia muito machucada das agressões.

Na briga que culminou na morte de João, por exemplo, ele havia ferido a mulher no supercílio com uma garrafa de cerveja quebrada. 

Crime - Tereza contou ainda, que vários boletins de ocorrência em razão das violências domésticas foram registrados. Ela chegou a ir morar na casa dos pais, mas voltou depois de várias ameaças. “Ele ameaçava e dizia que se fosse preso, quando saísse me mataria”, conta.

Ontem a família se reuniu para comemorar o Dia das Mães e o casal deu início a uma discussão. Bêbado, João usou uma garrafa de vidro para agredir o rosto de Tereza, a mulher teve um corte no supercílio e desmaiou. “Ele já era agressivo e quando bebia ficava mais ainda”, diz.

Depois da agressão, segundo a própria mulher, ela usou a garrafa para matar o homem. O crime ocorreu na sala da casa e parentes encontraram João já caído no chão. Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi ao local, mas o homem morreu antes da chegada do socorro. 

Tereza permaneceu na casa até a chegada da Polícia Militar e confessou o crime aos policiais. A mulher foi detida e encaminhada até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro da cidade, onde o caso também foi registrado.

“Eu não aguentava mais, estava muito nervosa, abalada e vivia chorando pelos cantos. Ele me batia na frente da minha netinha”, lamenta. Tereza cuidava da neta de 3 anos, que morava junto com ela.

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