Capital

Mulher de traficante vai ficar em casa sem monitoramento eletrônico

Francisco Júnior | 17/07/2014 09:14
Danúbia vai cumprir pena sem monitoramento eletrônico.
Danúbia vai cumprir pena sem monitoramento eletrônico.

Danúbia de Souza Rangel, mulher do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, irá cumprir prisão domiciliar sem o equipamento de monitoramento eletrônico em Campo Grande.

A determinação foi dada, no último dia 2, pelo desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal. Mas, como o estado não possui a tecnologia, informação confirmada pela a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a mulher irá cumprir as duas prisões preventivas sem o dispositivo.

De acordo com reportagem do jornal Extra, ontem, a Justiça expediu os alvarás de soltura. Conforme o habeas corpus, Danúbia deve ir para casa, em Campo Grande, porque tem uma filha de 4 anos que, segundo avaliação médica e psiquiátrica, vem sofrendo inúmeros transtornos desde a prisão da mãe.

A criança estaria abalada emocionalmente e estaria impedida de frequentar as aulas na escola. O magistrado alegou acatar o pedido da defesa da mulher de Nem porque o direito à convivência familiar é “tão importante quanto o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito e à liberdade”.

Ainda segundo a reportagem, os juízes Rudi Baldi Loewenkron, da 35ª Vara Criminal, e Renata Gil de Alcanta Videira, da 40ª Vara Criminal, onde Danúbia responde a processos por tráfico de drogas, chegaram a enviar ofício para Siro Darlan alegando a falta de monitoramento eletrônico.

Procurado pelo Extra, o desembargador explicou o motivo de manter sua decisão. “Não posso usar uma ação em prejuízo ao réu em razão de uma deficiência do Estado”.

Danúbia está presa, desde o dia 31 de março, quando foi surpreendida por agentes da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecente) da Polícia Federal, em sua casa, no Mato Grosso do Sul, durante a Operação Maioridade. Na época, as investigações mostraram a ligação de Nem, que está em penitenciária federal daquele estado, e de sua quadrilha com criminosos ligados a Marcelo Santos das Dores, o Menor P, que também foi detido. A jovem também está presa preventivamente depois de ser denunciada, no processo sobre a Operação Paz Armada, na favela da Rocinha, em julho do ano passado.

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