Capital

MPE investiga polêmica sobre presença de doulas em partos

Aliny Mary Dias | 24/06/2014 16:12

O MPE (Ministério Público Estadual) investiga o suposto caso de violação ao direito de gestantes serem submetidas a partos humanizados em Campo Grande. A Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos da Capital instaurou procedimento há uma semana e o caso foi divulgado na edição de hoje do Diário Oficial do MPE.

Um caso recente de denúncia por parte de gestante ocorreu no último dia 7 de junho, depois que uma mãe teria sido impedida de ter o acompanhamento de uma “doula” durante o parto realizado na Santa Casa da Capital.

A fotógrafa Ana Cayres, 32 anos, afirma que também foi impedida de fotografar o parto da gestante. “Eu faço esse trabalho há 9 meses e nunca fui impedida, eu acredito que tenha sido pela conduta do médico mesmo”, conta.

Depois do caso, a Sociedade de Ginecologia Obstetrícia foi procurada pela Santa Casa para que um parecer seja emitido sobre o acompanhamento das profissionais que conduzem o parto humanizado.

O presidente da sociedade, Paulo Ito, explica que o documento está sendo produzido e que será finalizado nesta semana, mas que a gestante tem a liberdade de escolher qualquer pessoa para acompanhá-la durante o parto. No entanto, caso a profissional esteja na sala de parto, não pode haver interferência.

“O que chegou até nós é que há doulas que interferem no trabalho e na rotina das equipes médicas, e isso a sociedade é contra. Do contrário, qualquer pessoa pode acompanhar a gestante”, diz Ito.

Doula há 10 anos, Tatiana Marinho explica que em partos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é comum a presença de apenas um acompanhante, nesses casos, fica a critério da mãe a presença da doula.

"Como em todas as áreas, existem vários profissionais, mas nós não podemos intererir no trabalho da equipe médica em parto normal ou cesariana", diz a profissional sobre a suposta interferência de doulas na conduta de equipes médicas.

Outro lado – A assessoria de imprensa da Santa Casa afirmou à reportagem que cada gestante pode ter o acompanhamento de apenas uma pessoa durante o parto. E que no caso da grávida citada na reportagem, houve o pedido de mais de uma pessoa acompanhá-la e, por isso, houve a proibição.

O hospital ressalta ainda que todas as orientações do Ministério da Saúde são seguidas durante os partos.

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