Capital

MPE denuncia altos salários até para sogro do filho de diretor de hospital

Aline dos Santos | 18/03/2013 12:40
Hospital é cabide de empregos, segundo ação. (Foto: Marcelo Victor/Arquivo)
Hospital é cabide de empregos, segundo ação. (Foto: Marcelo Victor/Arquivo)

O Hospital do Câncer Alfredo Abrão garante emprego e altos salários à família Siufi. A denúncia foi feita pelo MPE (Ministério Público Estadual), que pede na Justiça o afastamento de três diretores da Fundação Carmem Prudente, administradora da unidade hospitalar sem fins lucrativos. Na mira do Ministério Público, está o diretor-geral Adalberto Abrão Siufi.

Conforme a ação, ao longo do tempo, os familiares do diretor-geral foram nomeados para os mais diversos cargos e com remuneração diferenciada dos demais empregados. Um dos casos citados é Betina Moraes Siufi Hilgert, filha de Adalberto.

Ela foi contratada em 2003 com salário de R$ 4 mil. Em 2011, a administradora passou a recebe R$ 11.508,69. Evolução salarial de quase 188%. Conforme o Conselho Regional de Administração, o salário médio para um profissional, em 2011, era de R$ 2.917.

Em 2011, Ary Eduardo Pegolo dos Santos (sogro do filho de Adalberto Siufi) foi contratado em setembro para o cargo de supervisor de telemarketing e atendimento, com salário de R$ 7.227,04. 

Segundo a denúncia, o salário dele é bem superior ao dos ocupantes de função similares. A supervisora de compras recebia R$ 2.701,66. Já o supervisor administrativo tinha remuneração mensal de R$ 1.008,34.

O diretor também emprega a irmã (Eva Glória Siufi do Amaral), o filho (João Siufi Neto), a nora (Daniela Freitas dos Santos Siufi), a filha (Rafaela Moraes Siufi Silva) e o genro (Fabrício Colacino da Silva).

De acordo com o MPE, além da disparidade dos valores, há sérios indícios de que a administradora Betina Siufi não cumpre 40 horas mensais. “Esta situação vige há muitos anos, permitindo que o requerido Adalberto Abrão Siufi e seus familiares recebessem vultosas quantia, advindas em grande parte das verbas públicas (SUS) que custeiam maior parte da fundação”.

O Ministério Público ainda denuncia que Adalberto Siufi contrata empresa da qual é dono, com superfaturameto de 70%. O hospital também pagou por atendimento a paciente morto.

Os outros dois integrantes da alta cúpula do hospital também mantêm contrato com empresa da qual são proprietários. Trata-se de Blener Zan (diretor-presidente) e Wagner Miranda (diretor-financeiro), sócios-proprietários da Elétrica Zan. Foram pedidos os afastamentos de todos. A direção convocou coletiva para a tarde de hoje. 

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