Capital

MPE abre inquérito para apurar falta de médicos em 4 postos de saúde

Alan Diógenes | 03/11/2014 18:20
Unidade de saúde da Vila Carlota estava com as portões fechados nesta tarde. (Foto: Marcelo Calazans)
Unidade de saúde da Vila Carlota estava com as portões fechados nesta tarde. (Foto: Marcelo Calazans)
No posto de saúde do Bairro Moreninhas III pacientes aguardavam atendimento em pé. (Foto: Marcelo Calazans)

O MPE (Ministério Público Estadual) instaurou inquérito civil para apurar a falta de médicos e de equipamentos nas UBSs (Unidade Básicas de Saúde) dos Bairros Universitário, Tiradentes, Cidade Morena e Vila Carlota. A informação foi publicada no Diário Oficial do órgão desta segunda-feira (3) e o pedido foi assinado pela promotora Filomena Aparecida Depólito Fluminhan.

A promotora já havia pedido em setembro deste ano para a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) a abertura de 300 leitos em hospitais de Campo Grande. A intenção na época era de acabar com a internação de pacientes graves em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento Comunitário) e CRSs (Centros Regionais de Saúde) da Capital.

O Campo Grande News constatou nesta tarde que a UBS da Vila Carlota estava com as portões fechados. Nenhum funcionário foi encontrado no local para falar sobre o fato, mas populares disseram que o expediente na unidade de saúde se encerra às 17h.

Outro centro regional de saúde, onde os usuários reclamam da superlotação e da falta de medicamentos e infraestrutura é o do Bairro Moreninhas III. Por lá, cerca de 10 dos 40 pacientes estavam aguardando atendimento médico em pé, por que não haviam cadeiras suficientes.

Segundo o paciente Adriano Souza, 37 anos, ao lado do centro de saúde existe o prédio que deveria ser de uma unidade de saúde, mas o local está abandonado e as obras inconclusas. “Faz trinta anos que moro aqui e nunca vi esse posto de saúde vazio, sempre está superlotado. Talvez se eles inaugurassem logo essa nova unidade de saúde desafogaria a demanda do posto de saúde”, comentou.

Conforme o caminhoneiro Robson Henerry Almança, 45 anos, apenas um médico fazia o atendimento na tarde desta segunda-feira. Para ele, o caos na saúde está por todo o país e quem sofre é o povo mais carente. “Viajo muito por todo o Brasil e já vi que o problema existe em qualquer lugar. O jeito é torcer para não ficar doente”, explicou.

A auxiliar de serviços gerais Gleice Cristina, 26 anos, disse que outro problema é a falta de medicamentos. “Eles sempre passam a mesma coisa e nunca resolvem o que a pessoa está sentindo. Esses dias um senhor chegou aqui 7h e só foi atendido às 12h. É um absurdo essa demora”, finalizou.

O Campo Grande News entrou em contato com a Sesau para saber do posicionamento da secretaria em relação à abertura do inquérito que pretende investigar a falta de médicos e equipamentos nas UBSs, mas as ligações não foram atendidas.

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