Capital

Motoristas podem ficar sem estacionamento rotativo até 2º semestre

No Centro, donos de estacionamentos viram pouco impacto sem cobrança, que parou após fim de contrato

Adriel Mattos e Bruna Marques | 11/04/2022 11:21
Serviço deixou de ser cobrado no dia 22 de março. (Fotos: Henrique Kawaminami)
Serviço deixou de ser cobrado no dia 22 de março. (Fotos: Henrique Kawaminami)

Vinte dias após o fim da cobrança do estacionamento rotativo no Centro de Campo Grande, pouco mudou para os estabelecimentos de estacionamento, mas quem para na região, comemora. Enquanto isso, a licitação para contratar uma nova empresa deve ser lançada apenas no segundo semestre.

Ao Campo Grande News, o diretor-presidente da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), Odilon de Oliveira Júnior, já havia relatado que o edital ainda está sendo preparado. “Aguardamos a realização do estudo técnico de viabilidade, que vai guiar o termo de referência da licitação. Acredito que até o meio do ano estaremos dando início ao procedimento”, afirmou durante agenda em 31 de março.

Nesta segunda-feira (11), Oliveira Júnior confirmou que o estudo ainda está em andamento. “Continua o estudo e deve mesmo sair [a licitação] no segundo semestre”, reiterou.

Marta nunca gostou da antiga operadora, mas acha melhor rotativo sem cobrança.

Situação – Na região central, os motoristas têm aproveitado a falta de fiscalização para estacionar de qualquer jeito, fora da vaga e até em guia rebaixada, como constatou a reportagem do Campo Grande News.

A aposentada Marta Rondon, de 81 anos, disse que gostou do fim do contrato com a Flexpark. “Sem eles, é muito melhor, nem se compara. Mas evito vir ao Centro, porque não tem condições de estacionar. Prefiro pagar porque não acho vaga”, comentou.

Para o vendedor ambulante Nildo Paiva, 57 anos, o fim do contrato trouxe paz ao Centro. “Quando eles [fiscais da Flexpark] estavam aqui, enchiam o saco. A gente não tinha sossego, era uma estacionada rápida e já chegavam”, lembra.

“Agora ficou melhor, pode parar em qualquer vaga. Se antes cabiam cinco carros, agora cabem sete”, complementou.

Para Paiva, a situação para os estacionamentos particulares deve piorar. “Acho que vai piorar para o pessoal dos estacionamentos. O povo vai querer parar na rua”, disse.

Dono de estacionamento, Sebastião vê movimento melhorar apenas no período sem rotativo.

Porém, os estabelecimentos não sentiram o impacto até o momento. “Acho que deve melhorar para a gente. Antes, era rotativo, mas agora, deixam o dia todo. As pessoas pagam porque não tem vaga”, avaliou Sebastião Matthias, 65, gerente de um estacionamento na Rua Barão do Rio Branco.

Mas ele acredita que o movimento deve cair quando o estacionamento rotativo for retomado. “Quando voltar, vai diminuir o movimento, mas não muito. Nosso Centro não tem vaga”, afirmou.

Funcionário de outro estacionamento na Barão, Guilherme Rocha, 21, disse que não viu aumento no movimento. “Continua a mesma coisa. Acho que quando voltar [rotativo], não vai mudar. Não era 100% das pessoas que usavam”, avaliou.

Fim de uma era – Após 20 anos, o contrato com a Metropark Administradora, a Flexpark, foi encerrado sem possibilidade de renovação. O termo acabou em 22 de março, situação adiantada no dia 7 daquele mês pelo Campo Grande News.

Decreto publicado no dia 22 tornou o serviço temporariamente gratuito. Os créditos já adquiridos não vão expirar e poderão ser utilizados após outra empresa assumir o serviço.

O serviço era prestado nos quadriláteros da Avenida Fernando Corrêa da Costa à Avenida Mato Grosso e Avenida Calógeras à Rua Padre João Crippa. Ao todo, são 2.458 vagas para veículos na região.

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