Capital

Motoristas da Uber param, mas preços de corridas continuam igual

Cerca de 80% dos motoristas estão paralisados desde à meia-noite; corridas ainda não entraram no preço dinâmico

Kerolyn Araújo e Danielle Matos | 08/05/2019 11:34
Alguns motoristas se reuniram na manhã desta quarta-feira no estacionamento do Parque das Nações Indígenas. (Foto: Marina Pacheco)
Alguns motoristas se reuniram na manhã desta quarta-feira no estacionamento do Parque das Nações Indígenas. (Foto: Marina Pacheco)

Ao contrário do que foi divulgado pela Applic-MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul), a paralisação dos motoristas da Uber, que estava prevista para às 13h, começou à meia-noite desta quarta-feira (8). A interrupção ainda não interferiu no preço das corridas. 

A paralisação, que é nacional, é em reivindicação pela taxa paga pela plataforma aos motoristas. Desde que começou a operar em Campo Grande, há dois anos e sete meses, a empresa paga aos credenciados R$ 0,85 centavos por quilômetro rodado.

Segundo Lohan Maykon, presidente do sindicato da classe, o valor nunca sofreu reajuste e a quantia não está de acordo com o que os motoristas gastam para rodar. ''O combustível aumentou, o valor da manutenção dos carros também aumentou e nós continuamos ganhando os mesmos R$ 0,85 centavos", disse.

Segundo Lohan, motoristas gastam quase R$ 2 mil por mês com combustível. (Foto: Marina Pacheco)

Conforme o sindicalista, os motoristas da Uber ganham, em média, R$ 4 mil por mês. Mas, para receber esse valor, cada credenciado precisa trabalhar de 12 a 14 horas por dia. E dessa quantia, de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil, são gastos com combustível.

Lohan explicou ao Campo Grande News que, na Capital, existem aproximadamente 12 mil motoristas da Uber. Desse total, 80% tiraram os carros das ruas nesta quarta-feira. Os outros 20% continuam trabalhando porque os veículos são locados. Apesar da paralisação, as corridas ainda não entraram no preço dinâmico.

Motorista da plataforma há um ano e meio, Luiz Ramos, 44 anos, ressaltou que o preço pago pela Uber interfere diretamente na taxa de outros aplicativos de corrida. ''As outras plataformas se baseiam na Uber. Se a taxa não muda na Uber, também não muda nas outras empresas", disse.

A paralisação, que teve início à meia-noite, seguirá até às 23h59 de hoje. De acordo com Lohan, a escolha do horário foi para interferir nas ações da plataforma na bolsa de valores.

Ontem, o Campo Grande News procurou a Uber sobre a manifestação prevista, mas a plataforma não se pronunciou.

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