Capital

Motociclista nega racha com amigo de infância, mas admite alta velocidade

Ricardo Campos Jr. | 27/01/2015 15:53
Moto de André danificada (Foto: Alcides Neto)
Moto de André danificada (Foto: Alcides Neto)
André sendo atendido pelos bombeiros no dia do acidente (Foto: Simão Nogueira)

Ferido no acidente entre duas motos e um Gol no sábado (24), na avenida Gury Marques, o técnico de informática André Luiz José Gomes Lopes, 24 anos, recebeu alta e se recupera em casa. Em entrevista ao Campo Grande News nesta terça-feira (27), atribui a batida a uma fatalidade e nega que tenha ocorrido durante racha entre ele e o amigo de infância Marcos Ferreira dos Santos, 30 anos, conforme versão contada por uma testemunha. Ele confirmou que ambos estavam em alta velocidade, a 90 quilômetros por hora, enquanto a máxima permitida na avenida é de 60 km/h.

Santos, que trabalha como mecânico, segue internado em estado grave na UTI da Santa Casa. O automóvel era guiado por Wellison Diego Pacheco Mendes, 26, acompanhado pela mulher e o filho pequeno. Nenhum deles se feriu.

André relata que estava indo almoçar com o amigo em um posto de combustível. Cada um deles pilotava uma moto pela pista da esquerda. “Estávamos a uns 90 quilômetros por hora e eu ia na frente”, relata o técnico de informática, negando que ele e Marcos estavam emparelhados.

Enquanto isso, segundo ele, o Gol ocupava parte da pista do meio e parte da pista da esquerda. O técnico em informática conta que ia ultrapassar o veículo quando o motorista fez uma conversão para retorno e o atingiu. André diz que não foi uma pancada forte, mas o fez perder o controle da direção.

Em seguida, ainda na versão de André, o condutor do Gol se assustou com o impacto e jogou o veículo novamente para a avenida, momento em que Marcos o atingiu na traseira, foi lançado da moto e bateu contra uma árvore.

“O motorista tentou desviar de mim. Se ele tivesse continuado a fazer o retorno e não tivesse voltado para a pista, eu teria morrido“, diz. Após os impactos, os três veículos foram parar no canteiro.

“Foi uma fatalidade. O motorista, por não ter visto e por ter feito o retorno e nós porque estávamos rápido. Cada um teve sua parcela de culpa”, afirma. Ao Campo Grande News no dia do acidente, Welinson afirmou que sequer chegou a visualizar os motociclistas pelo retrovisor e apenas sentiu o impacto.

O motorista Michel Luiz, 30 anos, disse que estava atrás das motos e viu o acidente. Contou que as motos estavam em alta velocidade, aparentemente tirando racha, e acabaram encostando, momento em que perderam o controle da direção e atingiram o veículo. “É mentira. Se estivéssemos disputando um racha, não teria sobrado nenhum de nós”, contesta André.

Mesmo conhecendo o mecânico desde criança, o técnico de informática diz que não sabe do estado de saúde do colega, diz apenas que a família dele está muito abalada. O acidente lhe rendeu fratura no joelho, lesão na lombar, luxação em uma das costelas, escoriações nas costas e nos ombros. Sem conseguir andar por causa da dor, está acamado, impossibilitado de trabalhar.

“Não consigo mexer nenhuma parte do meu corpo. O médico disse que vão ser pelo menos 30 dias para tirar os pontos. Complicou tudo. Vou ficar dependendo dos outros”. A moto não chegou a dar perda total e calcula prejuízo de R$ 12 mil. André relata que estava fechando a venda do veículo. “O comprador me ligou domingo, eu estava no hospital. Falei para ele ver o jornal e então soube do ocorrido”.

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