Capital

Morte de Mayara deve ser julgada como latrocínio, defende procuradora

Luis Alberto Bastos Barbosa está preso pelo assassinato há oito meses e alegou ter cometido o crime em um "ataque de raiva"

Geisy Garnes | 15/03/2018 18:10
Mayara Amaral foi morta em julho do ano passado (Foto: Arquivo Pessoal)
Mayara Amaral foi morta em julho do ano passado (Foto: Arquivo Pessoal)

A 1ª Procuradoria de Justiça Criminal de Mato Grosso do Sul defendeu que musicista Mayara Amaral foi vítima de latrocínio - roubo seguido de morte - e que por isso, o caso deve voltar a ser julgado pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Luis Alberto Bastos Barbosa está preso pelo assassinato há oito meses e desde então, uma “batalha” jurídica é travada para determinar a qualificação do crime.

Desde novembro do ano passado, quando o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, discordou do juiz da 4ª Vara Criminal e entendeu que a morte da musicista se tratava de um latrocínio, a decisão de onde o suspeito será julgado passou ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

No dia 5 de março deste ano, a procuradora Jaceguara Dantas da Silva se manifestou e defendeu que a morte de Mayara foi planejada e não resultado de um “ataque de fúria” como alegou Luís. O documento enviado aos dois juízes - da 4ª Vara Criminal de Campo Grande e da 2ª Vara do Tribunal do Júri - foi anexado ao processo na terça-feira (13).

Para a procuradora, Luís agiu de forma fria, meticulosamente calculada. “Tanto é que no dia seguinte após a morte da vítima Mayara Amaral, transportou o corpo desta até a região conhecida como "Inferninho", deixou-o no local e, por fim, ateou fogo no mesmo, levando consigo o produto do crime de latrocínio”, defendeu.

A procuradora ressaltou ainda que depois do crime, o suspeito procurou Anderson Sanches Pereira para vender o carro roubado de Mayara por R$ 1 mil, ficando com os outros pertences da vítima: um notebook, um celular, um violão, uma guitarra e um aparelho amplificador, avaliados em aproximadamente R$ 17.300,00.

“Esse quadro fático não reflete a conduta de uma pessoa tomada por ódio ao matar alguém de forma abrupta e indesejada, num ataque de fúria, mas descreve a atitude de alguém que matou outrem para roubar seus pertences”, escreveu. Jaceguara ainda defendeu que todo o depoimento de Luís se trata de “tese meramente defensiva”.

Por fim, a procuradoria defendeu que Luís deve ser julgado por latrocínio agravado pelo motivo torpe e contra mulher como quem mantinha relacionamento afetivo e não homicídio qualificado, e por isso se manifestou a favor de que o processo volte a 4ª Vara Criminal.

 

Luis está preso desde o crime no Instituto Penal de Campo Grande (Foto: Arquivo)

Entenda -Mayara foi morta a golpes de martelo em um motel na madrugada do dia 25 de julho, e teve o corpo abandonado e carbonizado em uma estrada vicinal na região do Inferninho, na saída de Campo Grande para Rochedo.

Luís está preso desde o dia 27 de julho quando foi surpreendido por equipes da Polícia Civil, e preso em flagrante pela morte da musicista de 27 anos. Na data, outros dois suspeitos de participação foram presos também, Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos e Anderson Sanches Pereira.

Após versões contraditórias, o suspeito acabou confessando que matou Mayara sozinho, durante uma discussão. Ele alegou ainda que estava sob efeito de drogas e teve um rompante de raiva.

Por conta disso, e pelas faltas de provas, o Tribunal de Justiça livrou Anderson e Ronaldo das acusações de envolvimento no assassinato.

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